Sem sermos saudosistas ou demagogos, há tempos atrás, percebíamos uma maior e melhor atenção entre as pessoas, não só no âmbito familiar, mas também fora dele, que se baseava em atitudes e reações nem sempre influenciadas pela mídia e busca de um poder maior, fosse ele através de uma ostentação financeira ou não. Chegamos a uma época em que sermos educados, gentis e atenciosos, desperta a atenção de outras pessoas; que nos veem como diferentes, ou seja, uma convivência onde ser mal educados, nada gentis e desatenciosos é notado com naturalidade e normalidade, como se já incorporássemos todas essas atitudes negativas e entendêssemos que hoje em dia é assim mesmo.
Podemos chamar todo esse comportamento de banalização da indiferença, do descaso, onde, na essência, cada pessoa se distancia uma das outras também afetivamente, já que acaba não acreditando na possibilidade de poder ser acolhida, ser melhor percebida, e assim um círculo vicioso se instala, originando uma individualidade e descrença que só contribuem para realimentar um empobrecimento das relações, em todos os seus níveis.
Mesmo assim, nunca será tarde para influenciarmos e incentivarmos positivamente as crianças, as outras pessoas e grupos, uma vez que pelos nossos exemplos, podemos estimular e apontar para novas e boas atitudes, onde um simples gesto de carinho e de atenção pode fazer a diferença, pois estaremos numa dimensão bem maior do que o discurso, de frases feitas e sem a mínima naturalidade.
Perceberemos então, mais uma vez, que em cada contato, seja ele pessoal ou profissional, haverá uma ótima oportunidade para o aprimoramento compartilhado de nossa existência, de nossa vida coletiva, onde o exercício de se perceber, vivenciar e compartilhar esse acolhimento nos fará verdadeiramente ainda mais gente.
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