Muitas flores são utilizadas em preparações da culinária porque enfeitam e são comestíveis. É o caso da flor da capuchinha, que, inclusive, é uma PANC (planta alimentícia não convencional) da qual se pode consumir talos, folhas, flores e sementes e que está presente em hortas, jardins, parques e praças de várias cidades do país e do mundo.
Aliás, as flores da capuchinha chamam atenção pelos tons vivos de amarelo, laranja e vermelho e contribuem para que esta planta seja ornamental. Mas ela também é muito conhecida para fins medicinais, com utilização das folhas em infusões para aliviar a tosse e tratar problemas respiratórios e urinários.
O que você irá encontrar no artigo:
Popularmente conhecida como flor-de-chagas, cinco-chagas, chaguinha, agrião-do-méxico, agrião-da-índia, capuchinho, nastúrcio, mastruço, mastruço-do-peru, flor-do-sangue e bico-de-papagaio, ela tem o nome científico de Tropaeolum majus L., da família Tropaeolaceae. Rica em fitonutrientes, tem muito a oferecer! Então conheça o significado, as propriedades e os benefícios desta planta encantadora.
O que é capuchinha?
A capuchinha é uma planta da qual são utilizadas as folhas e as flores em preparações alimentícias. Também os brotos florais, que em conserva são conhecidos como falsas-alcaparras. Os caules jovens (talos) são aproveitados em refogados e sopas. Além disso, ela é muito conhecida na medicina popular para tratar várias enfermidades e para aliviar a tosse e os sintomas de sinusite, resfriados e gripes.
Com origem na América do Sul, especialmente nas regiões andinas, a capuchinha ocorre da Bolívia até a Colômbia. Porém há historiadores e botânicos que acreditam que ela também seja originária do México.
Apesar das divergências, o fato é que ela foi levada pelos colonizadores espanhóis para a Europa, provavelmente na década de 1560, pois foi mencionada pelo médico e botânico espanhol Nicolás Monardes (1493-1588), em seu relatório “História Medicinal das coisas que se trazem das nossas Índias Ocidentais”, de 1569.
Mas foi o botânico Carl Linnaeus (1707-1778) quem primeiro a classificou segundo os métodos da biologia vegetal, na publicação “Species Plantarum”, de 1753, como Tropaeolum majus, inspirado no termo grego "tropaion" e no latim “tropaneum” que significam “pequeno troféu”. Já “majus”, do latim, significa “maior” e foi usado para distingui-la de outra espécie conhecida como capuchinha-anã (Tropaeolum minus), que tem flores pequenas e ocorre nas regiões montanhosas do Equador e do Peru.
A capuchinha é uma planta herbácea perene, resistente e que cresce em diferentes terrenos, alastrando-se com facilidade e podendo atingir cerca de 50 cm de altura. Os caules da planta são suculentos, moles, retorcidos, de pontas ascendentes e muito ramificados.
Os ramos são rasteiros, retorcidos, chegam a até 3 metros de altura e podem dar a característica de trepadeira à planta, que é muito perfumada.
As folhas são simples, alternadas, em formato arredondado, com bordas lisas e medem de 3 a 10 cm de diâmetro. São levemente cerosas e podem ser totalmente verdes ou com bordas avermelhadas. São hidrofóbicas (repelem a água). Têm cinco nervuras principais que saem do pecíolo que fica no centro da folha.
As flores são solitárias, isoladas num pedúnculo e com o cálice dividido em cinco partes. Aveludadas, elas medem cerca de 7 cm de diâmetro e têm cinco pétalas desiguais, com borda lisa ou ondulada. Duas delas, chamadas superiores, têm estrias escuras e irregulares. Já as outras três têm a parte inferior rugosa ou franjada.
Na parte posterior da flor capuchinha há uma estrutura longa denominada cálcar, reta ou recurvada, medindo cerca de 2 cm de comprimento. É onde se encontra o nectário, que é atrativo para as abelhas. Lembra um bico de pássaro e, ao mesmo tempo, um capuz, motivo pelo qual a planta se chama popularmente bico-de-papagaio e capuchinha.
Mas quais cores da capuchinha são mais comuns? Há muitas espécies da planta, sendo que algumas chegam a ter duas ou três cores na mesma flor. Podem ser creme, amarela, laranja, vermelha, rosa e roxa, entre outras. Já as flores da espécie Tropaeolum majus geralmente têm cor laranja, amarela, vermelha, salmão ou branca.
Os frutos são verdes, carnosos e sulcados longitudinalmente. Desenvolvem-se nas pontas de gavinhas contorcidas e têm três compartimentos internos semelhantes a três pequenos cocos, que guardam uma semente cada. Quando secos, esses frutos liberam essas sementes, garantindo a reprodução da espécie. Elas podem ser tostadas, moídas e usadas para fins alimentares, como condimento.
A capuchinha foi naturalizada na Europa, na África, no Mediterrâneo, nos Estados Unidos e na Austrália. Ocorre no Brasil, onde cresce espontaneamente, especialmente nas regiões úmidas e de Mata Atlântica, desde o Ceará até o Rio Grande do Sul. Também é muito presente nos jardins e nas hortas caseiras.
É uma planta com ampla utilização, conhecida por suas propriedades medicinais e como melífera (atrai abelhas). É uma hortaliça não-convencional, corante natural e ornamental.
Propriedades da capuchinha
Com muitas utilizações, especialmente por ser medicamentosa e alimentícia, a capuchinha chamou atenção de estudiosos da botânica e da farmacologia de diversas localidades ao redor do mundo. Assim, foram identificadas algumas propriedades muito importantes para prevenir e tratar diversas enfermidades, bem como fitonutrientes capazes de gerar saúde e bem-estar para milhares de pessoas.
A capuchinha é uma das plantas de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo sido feitas pesquisas e havendo literatura sobre suas propriedades e usos. Sabe-se sobre a Tropaeolum majus que ela é uma planta rica em agentes bioquímicos que atuam de diversas formas sobre o organismo humano e a tornam muito valiosa como fitoterápico e planta não convencional alimentícia.
Contém albuminas, pectina, açúcares (maltose, frutose e glicose), resinas e flavonóides (quercetina, isoquercetina, kaempferol). É rica em ácidos graxos essenciais, como o erúcico, o oleico e o linoleico, além de ácidos orgânicos (málico e clorogênico), sais minerais, terpenóides e ésteres.
Ainda apresenta carboidratos, lipídios, fibra alimentar, ácido fosfórico e oxálico e enzimas, como a mirosina. É rica em glicosinolatos, que protegem o organismo de substâncias químicas prejudiciais e ajudam a eliminar toxinas.
Veja quais flores tornam sua alimentação mais saudável
As flores amarelas e laranjas da capuchinha são uma fonte de carotenóides, como a luteína, que é um pigmento antioxidante, e também a zeaxantina. Já as vermelhas têm maior concentração de antocianinas e fenóis.
Tanto as flores quanto as folhas são fontes de vitaminas A e C. Inclusive, as folhas são ricas também em inulina, um polissacarídeo que beneficia o corpo de diversas formas.
A capuchinha tem minerais como sódio, potássio, magnésio, cálcio, manganês, ferro, zinco, cobre, fósforo, enxofre e outros, que ajudam a fortalecer o sistema de defesa do organismo, o sistema ósseo e o muscular. Também apoiam o funcionamento dos sistemas cardiovascular e nervoso.
Esta planta é ornamental, oferecendo a beleza de sua folhagem abundante e de flores vivazes, mas a sabedoria popular esteve correta em utilizá-la como medicamento e como alimento, pois o óleo essencial que ela fornece é rico em glucotropeolina e tiocianato de benzilo, que tem efeito antibiótico. Além disso, as sementes contêm proteína e gordura.
Os fitoquímicos da capuchinha são capazes de produzir efeitos digestivos, diuréticos, expectorantes e cicatrizantes, entre outros, tornando esta planta muito útil para a vida das pessoas.
Além disso, contribui para manter o equilíbrio da natureza, principalmente porque atrai insetos. Protege outras plantas e culturas agrícolas de pragas e é atrativa para abelhas, borboletas e pássaros.
Tipos de capuchinha
Como visto, a capuchinha pertence à família Tropaeolaceae, que conta com três gêneros de plantas, apesar de muitos botânicos a considerarem monogenérica. Um destes gêneros é o Tropaeolum, que tem 260 espécies, das quais 88 são aceitas, segundo o método de classificação de plantas. É muito comum as pessoas em geral se referirem, além da espécie Tropaeolum majus, a todas as espécies do gênero como capuchinha. Veja algumas delas a seguir:
1 — Tropaeolum azureum — É uma espécie nativa do Chile, tem flores na cor violeta-azulada com centro branco que chegam a 4 cm de diâmetro. É conhecida como capuchinha-azul.
2 — Tropaeolum brachyceras — É uma espécie nativa do Chile, com flores amarelas de 2,5 cm de diâmetro. É resistente e pode permanecer adormecida por muitos anos antes de crescer, motivada por algum fator ainda desconhecido.
3 — Tropaeolum brasiliense Casar — É uma espécie de capuchinha trepadeira nativa do Brasil. Ocorre na Bahia, no Mato Grosso do Sul, no Espírito Santo, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
4 — Cardamindum majus Moench, Nasturtium indicum Garsault, Tropaeolum pinnatum Andrews, Tropaeolum quinquelobum Bergius — São sinonímias da espécie Tropaeolum majus, da qual trata este texto.
5 — Tropaeolum pentaphyllum Lam. — Espécie de capuchinha nativa do Brasil, ocorre no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. O cálice da flor tem cor verde com manchas púrpuras e as pétalas são róseas.
6 — Tropaeolum peregrinum — Espécie nativa do Peru e possivelmente do Equador, é chamada de flor de canário e capuchinha-canário. Trepadeira, seus ramos podem chegar até 2,5 metros de altura. As flores têm cor amarelo-pálido-brilhante, por isso o nome canário.
7 — Tropaeolum polyphyllum — Nativa da Argentina e do Chile, esta espécie tem folhas prateadas e pequenas flores amarelas brilhantes em caules longos. Após a floração, a planta morre, porém rizomas subterrâneos lançam novos brotos após algum tempo. Sobrevive por vários anos, inclusive em altitudes de até 3.300 metros nos Andes.
8 — Tropaeolum sanctae-catharinae Sparre — É uma espécie nativa da América do Sul e da América Central, sendo comum em praticamente todos os países, porém mais rara na área central da África e na Ásia.
9 — Tropaeolum speciosum — Espécie nativa do Chile, onde é conhecida como coralito ou quintralito. Ocorre na Escócia e no Reino Unido, onde é chamada de “flor de chama escocesa” e “glória das Terras Altas”. Resiste a temperaturas de até -12º C. As flores têm pétalas vermelhas que ficam em cálices vermelho-escuro.
10 — Tropaeolum tricolor — Espécie tuberosa e trepadeira nativa do Chile e da Bolívia, com flores compostas por três cores (vermelho, roxo e amarelo).
11 — Tropaeolum tuberosum — Espécie conhecida popularmente como mashua, tem tubérculos de alto valor nutritivo, sendo cultivada na Bolívia, no Peru, no Equador, na Colômbia e na Venezuela. Os habitantes das montanhas dos Andes, entre 2500 e 400 metros, alimentam-se dessas “raízes”. É cultivada também na Nova Zelândia e na região noroeste do Pacífico.
12 — Tropaeolum warmingianum Rohr — Espécie considerada nativa do Brasil, ocorre na Bahia, no Mato Grosso do Sul, no Espírito Santo, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Ocorre também na Argentina, no Paraguai, no Peru e na Bolívia.
Para que serve a capuchinha
As diferentes espécies de capuchinha servem para variadas finalidades, não sendo diferente em relação à Tropaeolum majus. Para ela, aqui no Brasil, os usos ornamental e medicinal são os mais populares.
Porém, há muito tempo, a planta capuchinha é conhecida pela sabedoria popular como um remédio, que a partir de várias de suas partes, ajuda a aliviar os sintomas de resfriados, gripes e outros problemas respiratórios.
Também é indicada para tratar infecção urinária, alergias da pele, acne, eczema, cicatrização de ferimentos, caspa, fortalecimento do couro cabeludo, escorbuto, falta de apetite, problemas digestivos, retenção de líquidos, insônia, depressão e para rejuvenescimento da pele.
Além disso, esta planta está entre as preferidas de arquitetos, decoradores e paisagistas, pois tem folhagem e flores de muita beleza, além de perfume e facilidade de cultivo, que, além de em jardins e canteiros, pode ser feito em vasos e floreiras, com baixa manutenção.
É usada na agricultura biológica e no controle de pragas, pois é uma planta que limita a presença de insetos, pulgões, formigas e lagartas, sendo importante para evitar a predação de outras espécies plantadas em conjunto, como é o caso de couve, repolho, tomates, batatas, pepinos, brócolis, beterraba, rabanete, couve-de-bruxelas, abóboras, pêssegos e peras. Além disso, serve como forração para canteiros externos.
Os nutrientes da capuchinha são excepcionais e a utilidade desta planta vai além! Ela pode ser incorporada à alimentação, pois contém agentes que beneficiam o organismo de forma variada.
As flores e as folhas têm sabor levemente adocicado e picante, podendo ser consumidas em saladas, patês, pestos, risotos, canapés, pães e pizzas. Inclusive, as flores e os botões florais são apreciados na gastronomia por ornamentar os pratos e ainda compõem preparações da confeitaria. E pelo fato de as flores secas serem muito aromáticas, elas integram muitas misturas de ervas e flores para chás.
Os frutos podem ser preparados em conservas e as sementes, torradas e moídas, substituem a pimenta-do-reino. Já os ramos novos podem ser cozidos, refogados e adicionados em sopas e bolinhos. É importante lembrar que, para a finalidade alimentícia, a planta deve ser cultivada de modo orgânico.
Ainda há que se considerar a capuchinha como uma planta espiritual, até porque, logo que ela chegou à Europa, passou a ser cultivada em jardins de mosteiros para fins medicinais, gastronômicos e paisagísticos. Como a flor de capuchinha tem um apêndice cônico posterior, logo foi associada ao capuz dos monges franciscanos.
Além disso, pelo fato de a flor possuir cinco pétalas, ela foi também associada às cinco chagas de Cristo, sendo chamada popularmente como chagas, chagas-de-Cristo, flor-de-chagas e similares. É uma homenagem ao martírio de Jesus e, ao mesmo tempo, lembra a todos a importância de se conectar ao divino e buscar desenvolver a espiritualidade.
Qual é o significado da capuchinha
Ampliando as múltiplas utilidades da capuchinha, esta planta, assim como todos os seres vivos, possui energia e produz sensações e emoções. Como muitas flores, ela é capaz de despertar os sentidos para a beleza, o amor e as dádivas divinas que chegam até nós por meio da natureza.
Inclusive, as características físicas da planta, assim como o significado cultural que lhe é atribuído, revelam pontos importantes da personalidade das pessoas, fornecendo informações que contribuem para o autoconhecimento e que destacam aspectos que devem ser preservados e outros que precisam ser aprimorados, de modo que se consiga viver em harmonia e se atinja evolução.
Nesse sentido, a capuchinha diz respeito a uma pessoa de personalidade entusiasmada, criativa, honesta, leal e romântica, que se expressa abertamente e tem habilidades para se doar amorosamente. É alguém que preza a humildade, a energia do acolhimento, do respeito ao próximo e da afetividade.
Desvende o poder das flores segundo o misticismo Wicca
A capuchinha revela a pessoa que busca cuidar do corpo espiritual para manter a saúde do corpo físico. Inclusive, quando alguém está passando por algum tipo de sofrimento da alma, o simples fato de apreciar as flores da planta pode apaziguá-lo e afastar da mente o que não faz bem, promovendo a renovação energética e promovendo bom humor.
Além disso, ela está relacionada a alguém que busca não se deixar contagiar pela soberba ou pelo orgulho e que entende a interdependência de todos os seres vivos, embora aprecie que as liberdades individuais sejam valorizadas e respeitadas.
Ela destaca uma pessoa que preserva a autoestima sem excessos e cuida para não agir com indiferença ou frieza. Quando numa situação de desequilíbrio, entretanto, é alguém que pode demonstrar tais comportamentos e ter dificuldade para admitir as próprias falhas.
Esta planta revela uma personalidade que procura ampliar a consciência energética, que valoriza os contatos físicos, que percebe a grandeza dos sentimentos de amor, de fé e de confiança. Representa alguém que compreende que a felicidade e a verdadeira sabedoria vêm da consciência de si, do outro, da natureza e da ligação com a mente divina.
A capuchinha na espiritualidade
No tópico anterior, vimos que as plantas têm energia e são capazes de produzir vibrações e influenciar estados mentais e psicológicos, como a expansão da consciência, a criatividade e a afetividade.
Nesse sentido, o significado da capuchinha na espiritualidade se relaciona a olhar para si, para as próprias forças individuais e, ao mesmo tempo, conectar-se ao divino. Ele diz respeito ao aprimoramento de características essenciais que levam à evolução e favorecem a saúde do corpo, da mente e da alma.
Inclusive, para além da utilidade ornamental, medicinal e alimentícia, há muitos benefícios da capuchinha na espiritualidade que podem ser percebidos. Conheça alguns a seguir!
1 — Traz à memória as cinco chagas de Jesus Cristo, associadas aos ferimentos provocados pelos pregos de fixação do corpo na cruz, sendo um para cada mão e um para cada pé. Também à ferida no peito, decorrente do golpe com a lança de Longino, guarda romano que, fazendo assim, verificava se a pessoa crucificada havia de fato morrido.
2 — Produz reflexão sobre o propósito de vida. Tal qual Jesus Cristo, a planta e cada ser têm algo a cumprir.
3 — Promove a compreensão de si como parte de um todo. A planta é útil de várias maneiras para o meio ambiente.
4 — Desperta para a simplicidade e para o valor de contribuir da forma que é possível, sendo que o mínimo pode representar o suficiente para alguém ou em alguma circunstância. A planta reconhecidamente oferece muito, sendo bastante simples.
5 — Representa a cura do corpo, da mente e do espírito, por meio de tudo o que oferece para as pessoas e para o ambiente, fortalecendo a ideia de integração, de forças individuais e de generosidade.
6 — Inspira a celebrar a vida, em todo o seu esplendor, pois mostra-se abundante, cheia de cor, de perfume e de vitalidade.
7 — Incentiva a compreender a necessidade de integrar qualidades masculinas e femininas, pelo exemplo das suas flores, que são bissexuais.
8 — Encoraja a resistir, a perseverar e a lutar, uma vez que suas folhas lembram escudos que remetem às batalhas.
9 — Exemplifica a importância de superar obstáculos e se adaptar. Algumas espécies são capazes de nascer e se desenvolver em locais de baixa temperatura e em regiões montanhosas.
10 — Influencia a contemplar a beleza e o poder da Criação na natureza, onde tudo se encontra em perfeita harmonia e tem uma finalidade.
11 — Sugere a importância do autoconhecimento para a descoberta de potencialidades latentes que podem emergir e frutificar, pois algumas espécies também têm períodos de dormência.
12 — Mostra que é possível expandir horizontes e se fazer útil, pois é uma planta que cresce espontaneamente em diversos locais do mundo, mostrando-se adaptável.
13 — Traz serenidade, alegria ou introspecção, dependendo de quais cores da capuchinha são predominantes no jardim ou no ambiente.
14 — Simboliza a amplitude do amor, conforme a cor das flores, sendo o puro e espiritual para as brancas, o amor-próprio para as amarelas, o sedutor para as laranjas e o apaixonado para as vermelhas.
15 — Desperta para a importância de buscar iluminação, seja por meio do autoconhecimento, da meditação ou da ampliação da consciência sobre o papel no cotidiano e a missão de vida. Como exemplo, as folhas da capuchinha se voltam à luz do sol.
A capuchinha na saúde
Como visto no item anterior, são vários os benefícios da capuchinha na espiritualidade, tornando esta planta um instrumento para criar a afinidade de uma pessoa com seu interior, suas crenças, seus valores e desenvolvendo atitudes que geram evolução.
E o significado da capuchinha na saúde é igualmente impactante. Esta é uma planta que representa um grande avanço na alimentação humana, já tendo se mostrado uma fonte de nutrientes capaz de prevenir muitos males e tornando-se alvo de pesquisas mundiais sobre seus efeitos na vida das pessoas.
Além disso, assim como tem partes comestíveis de grande valor nutricional, ajudando a manter o organismo em bom funcionamento, há muitos benefícios da capuchinha na saúde relacionados aos fitoquímicos que ela contém e que auxiliam na prevenção de doenças, apoiando processos de recuperação no caso de enfermidades em curso. Conheça a seguir alguns exemplos:
1 — Melhora os sintomas de doenças do sistema respiratório, por ser fonte de vitamina C e por ter propriedades anti-inflamatórias. A capuchinha fortalece o sistema imunológico e tem ação expectorante, ajudando a eliminar o muco e trazendo alívio para tosse, resfriados, gripes, sinusite e bronquites.
2 — Ajuda a prevenir cataratas e a degeneração macular, principais causas de cegueira entre idosos, pois contém luteína e zeaxantina, substâncias relacionadas à redução do risco de doenças da visão.
3 — Reduz o risco de desenvolver câncer, uma vez que possui glicosinolatos, que contêm enzimas e antioxidantes que ajudam o organismo a combater alguns tipos de câncer, como o de estômago, cólon, pulmão e mamas.
4 — É capaz de inibir e eliminar bactérias do espectro Gram positivo e fungos, devido à ação da enzima mirosinase e por conter isotiocianato de benzila.
5 — Tem ação antimicrobiana e vermífuga, pois conta com glicosinolatos, substâncias que beneficiam o organismo de diversas formas, inclusive combatendo parasitas no sistema digestivo.
6 — Auxilia no combate ao envelhecimento, uma vez que a ação conjunta da vitamina C, flavonóides, carotenóides e componentes sulfurados produzem efeito antioxidante.
7 — Fortalece o sistema imunológico, sendo uma fonte de zinco, importante mineral que ajuda a potencializar o sistema de defesa do organismo.
8 — Mantém a saúde dos sistemas ósseo e muscular, uma vez que é fonte de cálcio, fósforo e potássio.
9 — Ajuda a combater doenças do trato urinário, pois contém o flavonoide isoquercitrina, com efeito diurético e ação anti-inflamatória. Além disso, isotiocianatos, que são compostos com ação antimicrobiana.
10 — Favorece o tratamento tópico de problemas capilares e da pele, uma vez que possui enxofre como um potente fitoquímico das partes aéreas da planta, usadas na preparação de tônicos e xampus.
11 — Diminui o risco de infartos, porque é fonte de glicosinolatos, agentes bioquímicos que protegem o organismo contra problemas do sistema cardiovascular. Inclusive, a planta tem ação vasodilatadora coronária.
12 — Tem ação digestiva, antiespasmódica, antisséptica e antiescorbútica, resultantes da atividade de benzilglicosinolatos como a glucotropaeolina e sinalbina, assim como a de triterpenos tetracíclicos.
13 — Possui atividade anti-hipertensiva, anti-inflamatória, diurética, antibacteriana, antifúngica e preventiva da perda óssea, pois é rica em ácidos, carotenóides, compostos fenólicos, flavonóides e antocianinas.
14 — Combate as fêmeas adultas do carrapato bovino (Rhipicephalus microplus), por meio de extrato etanólico, com eficácia de 99,1%, mostrando-se uma aliada no setor de pecuária e, indiretamente, melhorando a qualidade do gado.
15 — Apresenta efeito anticoagulante, devido aos flavonóides presentes nos extratos das folhas e das flores, que inibem a atividade coagulante do plasma humano, podendo ser um recurso antitrombótico.
16 — Ajuda a relaxar, pois tem efeito ansiolítico, associado aos compostos isoquercitrina e quercetina, presentes no extrato hidroetanólico da planta. Além disso, é fonte de ferro, que tem ação significativa em vários neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina.
Capuchinha onde e como usar
A planta Tropaeolum majus tem benefícios comprovados tanto pela medicina popular quanto por meio de pesquisas científicas. Sua utilização vem se aprimorando ao longo do tempo, especialmente a partir da identificação dos fitoquímicos que a compõem. Dessa forma, muito se pode obter dessa planta extraordinária. Mas como utilizar a capuchinha?
Há várias formas de utilizar a capuchinha. Enquanto planta alimentícia não convencional, é possível consumir as flores, que preferencialmente devem ser frescas e orgânicas, embora possam ser congeladas. Elas podem compor várias preparações, sendo as mais comuns saladas, sobremesas e drinques. São usadas para fazer geleias com sabor, aroma e cor agradáveis. Também podem dar cor a molhos, caldos, queijos amarelos, manteigas e bolos, substituindo o açafrão e outros corantes naturais.
Ainda, é possível manter as flores em vinagre e conseguir, dessa forma, uma preparação aromática e colorida, de acordo com a cor das flores escolhidas. Para tanto, basta colocar num vidro com tampa que não seja de metal uma medida das flores higienizadas para duas medidas de vinagre de maçã ou de arroz. Tampar bem e manter em repouso de 4 a 6 semanas. Mexer o vidro eventualmente. Depois, coar e passar para outro recipiente de vidro, mantendo-o em local escuro.
Os botões florais, que são os frutos imaturos, podem ser preparados em conservas com vinagre e resultar tanto em falsas alcaparras como em picles, que integram saladas ou servem como guarnição de vários pratos.
As folhas da capuchinha frescas e bem higienizadas, junto com outras verduras, como rúcula, alface, agrião ou mesmo sozinhas, podem ser preparadas em saladas cruas. Quando refogadas ou salteadas no azeite ou na manteiga, podem compor tapiocas, omeletes, pratos com cebolas, carnes e legumes. Também podem ser cozidas em sopas, ensopados, risotos e molhos. Além disso, são deliciosas em quiches e em sanduíches.
Os talos (mais jovens e macios) e os pecíolos (cabinhos das folhas) devem ser frescos. Após higienizados e sendo a planta cultivada sem agrotóxicos, podem ser utilizados cozidos em sopas, ensopados, pestos e como recheio de tortas e pães.
As sementes secas podem ser tostadas e trituradas, servindo como condimento para carnes, aves, peixes, molhos e saladas.
Compreenda o conceito da beleza que também cura
Considerando a finalidade terapêutica e as propriedades da capuchinha, é possível utilizar as folhas frescas e as flores frescas ou desidratadas para preparar um chá obtido por meio de infusão, que pode ser ingerido.
O chá também pode ser base para compressas e loção para os cabelos e para o couro cabeludo.
As folhas frescas da capuchinha, quando trituradas no liquidificador, transformam-se em sucos verdes que podem ser ingeridos puros ou misturados a frutas cítricas e cenoura, para quem deseja manter uma dieta de emagrecimento ou um efeito detox.
Mas se você deseja saber como usar a capuchinha na pele, uma das formas é macerar as folhas num pilão, diluindo com uma quantia mínima de água e aplicando em emplastros, para tratar afecções da pele.
Também é possível elaborar tinturas com as flores, folhas e talos da capuchinha macerados e descansados em álcool de cereal. Elas são a base de compressas, pomadas, tônicos capilares e para a pele.
As flores da capuchinha ainda podem ser usadas para preparar xaropes para alívio da tosse e expectoração.
Neste caso, leve ao fogo três partes de açúcar mascavo ou rapadura ralada misturadas com uma parte de água, até levantar fervura.
Apague o fogo e adicione uma parte das flores frescas higienizadas e picadas ou ½ parte das flores desidratadas e deixe descansar por 15 minutos, com tampa. Transfira para um vidro escuro e mantenha em geladeira, observando se não há fermentação, pois, se isso ocorrer, o xarope deve ser descartado.
Quanto ao uso cosmético, é possível elaborar loções e cremes feitos a partir das tinturas e do óleo essencial da capuchinha, que contribuem para manter a pele jovem e saudável, principalmente por ser uma fonte de vitamina C.
Para uso ornamental, a capuchinha pode ser cultivada em vasos, em jardins e como bordas de calçadas e cercas. Tem uso em varandas, sacadas, jardins de inverno e em coberturas de edifícios, exigindo poucos cuidados.
Na agropecuária, a planta pode ser cultivada com hortaliças e árvores frutíferas, sendo atrativa para várias espécies de pragas, além de proteger outras culturas. Também protege os bovinos de carrapatos. Ainda, pode ser importante na apicultura, uma vez que fascina abelhas.
Contraindicações e efeitos colaterais da capuchinha
É fundamental conhecer as propriedades, os benefícios e os usos de uma planta, pois só assim é possível compreender quanto ela pode oferecer para a saúde e para o bem-estar de pessoas e animais.
Além disso, é uma forma de assegurar que ela não traga efeitos indesejados. É nesse sentido que as pesquisas científicas contribuem muito, pois identificam fitoquímicos, como agem e os resultados que produzem, confirmando a sabedoria popular sobre os fitoterápicos e ampliando novas formas de utilização das plantas.
No caso da Tropaeolum majus, as pesquisas científicas comprovaram que o uso de extratos da planta não há ocorrência de óbito ou efeitos como depressão, excitação, convulsões, salivação, calafrios, lacrimejamento, diarréia, dificuldades respiratórias ou locomotoras relacionadas à dosagem de até 5000 mg/kg (Zanetti et al. 2003). Logo, da capuchinha é possível consumir folhas, flores, botões florais, sementes e ramos, desde que sem exagero de quantidade ou frequência.
Exceção é feita a gestantes ou mulheres em fase de lactação, crianças com menos de três anos de idade e pessoas com úlceras gástricas, hipotireoidismo, insuficiência cardíaca e gastrite, a menos que haja prescrição médica.
Ainda, é contraindicada a ingestão das folhas secas da planta. Elas devem ser consumidas frescas. Da mesma forma, é fundamental que, para uso alimentício, a capuchinha tenha cultivo orgânico, livre de agrotóxicos e regada com água de boa qualidade.
Como plantar e cuidar da capuchinha
Ornamental, medicinal e alimentícia, a capuchinha é uma planta que convida a cultivá-la em casa. Além da beleza de suas flores, da facilidade de utilização, dos muitos benefícios que oferece e praticamente nenhum efeito indesejado, ela ainda irradia uma energia positiva, que eleva o astral.
E como se fosse pouco, ela ainda atrai beija-flores! Mas quando plantar a capuchinha? Ela pode ser semeada em qualquer época do ano, mas cresce mais rapidamente se o plantio ocorrer na primavera. Adapta-se bem aos mais variados climas, sendo que, para os mais amenos, é importante que haja luz solar plena pelo menos durante quatro horas diárias; para os mais quentes, meia-sombra.
Ela tende a crescer mesmo em solos pobres, contudo em solo fértil vai produzir mais folhas e flores. Pode ser cultivada por meio de sementes ou por estaquias, diretamente no solo do canteiro, do jardim ou do quintal. Também em vasos ou floreiras.
Além disso, a capuchinha é uma planta que tende a forrar o solo e pode ser cultivada para cobrir cercas, grades ou encostas. Agora, veja como cultivá-la a partir das sementes:
1 — Adquira sementes de boa procedência, para garantir a qualidade da planta.
2 — Se for plantar num vaso, escolha um de tamanho médio, com altura superior a 20 cm.
3 — Faça uma camada de brita ou de argila expandida no fundo do vaso, de modo a garantir que haja drenagem da água e que as raízes não apodreçam.
4 — Coloque no vaso uma parte de areia, duas de terra para jardim e duas de terra vegetal, até uns três centímetros antes de chegar ao topo. O solo com pH em torno de 6 e fofo é o ideal.
5 — Espalhe de três a quatro sementes, considerando um espaçamento de dois a três centímetros entre cada uma. Caso opte por semear em canteiro, mantenha um distanciamento de 50 centímetros.
6 — Cubra as sementes com no máximo meio centímetro de terra. Deixe que ela cresça perfurando o solo.
7 — As sementes devem germinar, dependendo das condições climáticas, entre 10 e 21 dias, sendo que o ciclo completo pode levar de 90 a 110 dias.
8 — Mantenha o solo úmido, porém não encharcado, principalmente durante a germinação das sementes.
9 — Ao surgirem as folhas, mantenha atenção em relação ao aspecto geral delas. Elas atraem muitos parasitas. Quando são atacadas, perdem a beleza. Nesse caso, devem ser eliminadas. Caso sejam vistos afídeos (pulgões), é sinal de que o solo precisa de calcário. Então adicione uma fina camada do produto, adquirido em lojas de jardinagem.
10 — Faça uma poda uma vez ao ano, retirando da planta as folhas e os ramos secos para que ela se desenvolva forte.
11 — Evite a presença de lagartas, que, aliás, gostam muito das folhas, pulverizando uma solução de água e farinha de trigo pela planta.
12 — Dê preferência a colher folhas e flores imediatamente antes do consumo. Mas se preferir armazenar as flores, que são muito perecíveis, acondicione-as em embalagens de PVC em câmara fria ou no freezer, por no máximo oito dias.
13 — Lembre-se de que a capuchinha, embora possa ser cultivada, é uma planta invasora, que nasce espontaneamente. Logo, onde as sementes maduras caírem, haverá novas mudas. Portanto, se você optou por cultivá-la num canteiro, limite o espaço e fique alerta.
Mitos e verdades sobre a capuchinha
Muitas informações sobre as plantas chegam a todos por intermédio da sabedoria popular. Além disso, a partir das pesquisas científicas que vão sendo realizadas ao longo do tempo e que, disseminadas pela mídia, vão se tornando conhecidas nos diferentes segmentos da sociedade. Porém há muitos ruídos que, gerando equívocos, aumentam os riscos no uso de fitoterápicos. Em relação à capuchinha, isso também ocorre, principalmente em função das muitas espécies da planta. Então veja a seguir alguns mitos e verdades sobre ela:
1 — A capuchinha é comestível — verdade — Considerada uma planta alimentícia não convencional e rica em nutrientes, a espécie Tropaeolum majus pode ser utilizada para consumo alimentar, com exceção das raízes.
2 — A capuchinha é boa para o cabelo — verdade — A planta contém vitamina C, que age contra pequenas irritações do couro cabeludo e ajuda na síntese de colágeno, importante para o desenvolvimento capilar. Também é rica em proteínas que são essenciais para fortalecer o couro cabelo, evitar a queda dos fios e deixá-los mais brilhantes e sedosos.
3 — A capuchinha auxilia nas dietas de emagrecimento — verdade — A planta tem uma alta quantidade de mirosina, uma enzima que ajuda a queimar gorduras.
4 — A capuchinha é abortiva — verdade — Gorril et al. (2016) concluíram em seus estudos científicos que o uso de capuchinha (Tropaeolum majus) durante a gravidez pode trazer riscos para a mãe e para o feto, inclusive o de aborto.
5 — A flor capuchinha é muito usada na culinária gourmet — verdade — Junto com a flor amor-perfeito, ela é uma das mais utilizadas em preparações requintadas de restaurantes finos, hotéis e universidades de gastronomia, sendo comercializada em lojas sofisticadas de produtos alimentícios nacionais e importados.
7 — Os botões florais da capuchinha são usados como alcaparras há séculos — verdade — No século XVIII, os ingleses já cozinhavam usando essa parte da planta. Inclusive há uma receita no livro “The British Housewife”, publicado em 1770, escrito por Martha Bradley.
8 — A capuchinha não é tóxica para gatos e cachorros — verdade — Desde que seja a espécie Tropaeolum majus, um cachorro ou um gato pode comer a folha da capuchinha, a flor ou o talo, desde que sem exagero.
9 — Somente no século XXI a capuchinha se tornou conhecida como planta medicinal no Brasil — mito — Há registros da comercialização da planta para uso medicinal desde 1920, no Mercado Municipal de São Paulo.
10 — A capuchinha com flores de cor amarela é a que mais tem ação antioxidante — mito — As flores vermelhas da planta são as que têm maior concentração de antocianinas, especialmente a pelargonidina-3-glicosídeo, além de outros ácidos fenólicos e quercetina, que garantem tal ação.
Assim, você deve ter percebido que a capuchinha (Tropaeolum majus) oferece benefícios para a saúde e para a nutrição das pessoas. Além disso, é um símbolo da ligação com o divino, da vivacidade e da busca por iluminação. Para descobrir o que outras plantas do Oráculo Floral podem trazer para sua vida, acesse os links abaixo!
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