Mil-em-Rama: significado, propriedades e benefícios

Uma planta com amplo uso medicinal e ornamental possui flores graciosas, geralmente brancas, dispostas em cachos. É popularmente chamada de mil-em-rama, mas também de atroveran, novalgina, aquileia, erva-de-carpinteiro, mil-folhas, aquileia-mil-flores e milefólio. Ainda, outros nomes da mil-em-rama são erva-dos-militares, erva-dos-soldados, erva-do-bom-deus e erva-dos-carreteiros.

O que você encontrará neste artigo:

Segundo a taxonomia botânica, essa planta é da espécie Achillea millefolium e pertence à família Asteraceae.

Conhecida desde a Antiguidade, a mil-em-rama tem muitos benefícios a oferecer para a saúde física, mental e espiritual das pessoas, sendo cercada de curiosidades e de significados. Continue a leitura deste artigo e descubra mais sobre essa planta aromática de delicada beleza.

O que é mil-em-rama?

Nativa da Europa e do norte da Ásia, a planta mil-em-rama cresce espontaneamente nos campos, em praças e em terrenos baldios, principalmente nos locais de clima subtropical. Ocorre em todos os continentes do globo, especialmente em países de zonas temperadas.

No Brasil, está presente principalmente nas regiões Sudeste e Sul, nos biomas do Cerrado, de Mata Atlântica e do Pampa, sendo que o estado do Paraná tem um amplo cultivo da planta para fins comerciais.

Trata-se de uma planta herbácea, perene e entouceirada, que pode atingir de 30 a 80 cm de altura. Possui caule ereto, sulcado e ligeiramente piloso, no qual os ramos se dispõem no topo.

Possui folhas alternadas, lanceoladas, sutilmente pilosas, profundamente fendidas ou pinadas em segmentos estreitos e finos. São de cor que varia de verde-médio a verde-acinzentado e medem de 5 a 9 cm de comprimento. Têm aroma balsâmico, porém, seu sabor é amargo.

A planta mil-em-rama apresenta flores geralmente brancas que também podem ter cor amarela, rosa, lilás, magenta, roxa, laranja e vermelha. Em quantidade entre 10 e 30, elas estão dispostas em cachos terminais nos ramos e medem cerca de 3 a 5 mm de diâmetro.

Mil-em-rama de diferentes cores.

Cada flor de mil-em-rama é constituída de pequenas flores centrais, hermafroditas e que comumente chamamos de miolo. Também se compõe de flores externas unissexuadas, que ficam no raio, e que consideramos serem pétalas.

As inflorescências liberam aroma adocicado similar ao do mel, atraindo insetos polinizadores e borboletas. Também podem ser ninhos para pássaros, como o estorninho-comum (Sturnus vulgaris).

Os frutos-sementes são do tipo aquênio, pequenos, secos, duros e ligeiramente alongados. Com semente única, têm sabor amargo. Além disso, a planta possui várias raízes finas e fibrosas.

O nome Achillea, relativo ao gênero da Achillea millefolium, faz referência a Aquiles, o semideus da mitologia grega. Ele teria usado as flores da planta em cataplasmas, a fim de estancar o sangramento de soldados feridos na Guerra de Troia. Já o termo millefolium está relacionado ao fato de a folha ser composta de partes suspensas, na nervura principal, chamadas de folíolos. Deles se multiplicam outras mais, sugerindo que sejam mil delas.

Há séculos, os nativos da América do Norte utilizavam a planta para tratar ferimentos. Já os chineses consideravam que ela era capaz de trazer boa sorte. Durante a Idade Média, ela foi utilizada na produção de cerveja, com uma mistura de ervas chamada “gruit”.

Foi o naturalista greco-romano Dioscórides (40-90 d.C.) quem primeiro registrou informações sobre os benefícios da mil-em-rama. Posteriormente, ao longo do tempo, a planta foi oficialmente reconhecida por farmacopeias de diversos países como Estados Unidos, Áustria, Hungria, Suíça, Polônia, França e Romênia, entre outros.

Além disso, a descrição conforme as regras taxonômicas da erva mil-em-rama foi feita pelo botânico sueco Carl Linnaeus (1707-1778) em sua obra “Species Plantarum”, de 1753.

Ruderal e, por vezes, considerada daninha, a mil-em-rama é muito ornamental e tem uso alimentar. Porém, há muito tempo ela é apreciada pelos benefícios que oferece à saúde física e mental das pessoas.

Propriedades da mil-em-rama

Há milhares de anos, na medicina popular, a mil-em-rama é indicada para baixar a febre e aplacar dores de cabeça e cólicas menstruais. É conhecida por ser expectorante, auxiliar no tratamento de hemorroidas e varizes, por apresentar ação adstringente, anti-inflamatória e antisséptica. Também é usada para combater inflamações uterinas e distúrbios estomacais.

Muitas preparações com partes da planta são empregadas para combater diarreias, flatulência, distúrbios digestivos, cálculos renais e afecções da pele, como eczema, sarna, psoríase, manchas e feridas.

Diversos povos fazem uso dessa planta a partir do conhecimento empírico que é transmitido de geração em geração. No Brasil, a planta está na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do Sistema Único de Saúde (Renisus) e possui estudos científicos que atestam alguns dos múltiplos benefícios que ela oferece.

Motive-se a viver de forma simples e com pensamento elevado

A planta mil-em-rama (Achillea millefolium) é constituída de importantes compostos químicos, como ácidos fenólicos, entre eles, ácido cafeico e ácido salicílico. Contém vitaminas C e B9. Também tem flavonoides, como luteolina, apigenina, resveratrol, artemetina, miricetina, morina etc. Ainda apresenta lactonas sesquiterpênicas como aquilinina A2, B e C1, camazuleno e azuleno, entre outros.

Além disso, também é composta por um óleo essencial de alta qualidade, constituído por terpenos, como cineol, borneol, cânfora, pineno e muitos outros agentes que apoiam a vida humana de maneiras variadas.

É rica em taninos, carotenoides, saponinas, esteroides, cumarinas, resinas, proteínas, carboidratos, alcaloides e aminoácidos, entre eles, aspártico, glutâmico, leucina, prolina, lisina, valina e histidina.

Também contém ácidos graxos: linoleico, mirístico, oleico, palmítico e esteárico, entre outros. Contém, além disso, açúcares, como maltose, arabinose, glicose, dulcitol, galactose, dextrose e sacarose.

Foram identificadas, na mil-em-rama, mais de 120 substâncias que contribuem para a saúde humana e de outros seres vivos. A tendência é que mais pesquisas viabilizem o uso da planta no desenvolvimento de fármacos, tanto para tratar enfermidades como preveni-las.

Comprovadamente, os compostos da planta apresentam atividade anti-inflamatória, antiprurítica (evita comichões), analgésica tópica, antipirética (baixa a febre), carminativa (elimina gases e flatulência), cicatrizante, expectorante e diaforética (faz transpirar). Ainda mais, é antisséptica e antioxidante, além de ter outras funções, confirmando algumas indicações da medicina popular.

Tipos de mil-em-rama

Há discordâncias sobre o número de espécies do gênero Achillea, pertence à família Asteraceae, uma das mais importantes da flora, com plantas belíssimas como a calêndula, o crisântemo e o girassol. Apesar disso, já foram descritas cerca de 152 delas. Desse gênero, faz parte a Achillea millefolium.

A mil-em-rama possui variedades que, além de oferecerem benefícios à saúde, trazem vivacidade e beleza aos ambientes, devido à sua floração, com cores diferentes da branca. Conheça algumas delas, que tornam esse gênero um dos mais apreciados.

1 – Achillea aegyptiaca: espécie vulgarmente chamada de milefólio egípcio, é nativa do Egito e ocorre na Grécia. Possui flores de cor amarela e folhas volumosas em verde-acinzentado, sendo muito ornamental.

2 – Achillea ageratum: é uma espécie medicinal conhecida popularmente como agerato, aquileia, mil-em-rama, milfolhada, milefólio-doce, maçã inglesa e doce-nancy. Possui floração de cachos espessos em amarelo-vivo. Nativa da Europa e do Marrocos, foi usada, durante a Idade Média, para repelir mariposas, piolhos e carrapatos, e impregnar as saladas com odor agradável. As folhas podem ser usadas na culinária. Ocorre em locais úmidos da região do Mediterrâneo.

3 – Achillea alpina: comumente chamada de milefólio alpino, milefólio chinês ou milefólio siberiano, essa espécie possui flores brancas ou em lilás-pálido, sendo nativa do Extremo Oriente da Rússia, bem como da Sibéria, da China, da Mongólia, da Coreia, do Japão, do Nepal, do Canadá e dos Estados Unidos. Pode atingir até 2 metros de altura. Encontra-se ameaçada de extinção em habitat natural, no estado de Minnesota (EUA).

4 – Achillea cretica: com nome comum de milefólio cretense, essa espécie é nativa da Grécia, de Creta, da Turquia, do Chipre e das Ilhas Egeias Orientais, sendo encontrada em locais de rocha calcária, como falésias, desfiladeiros e campos de seixos, como também em ruínas antigas. É razoavelmente tolerante à salinidade do solo.

5 – Achillea eupatorium: espécie sinonímia da Achillea filipendulina, é nativa do centro e do sudeste da Ásia (Turquia, Irã, Iraque, Afeganistão, Paquistão, Cazaquistão e Cáucaso). Ocorre em alguns países da Europa e na América do Norte. Possui flores rígidas, em amarelo-ouro. Principalmente ornamental, deu origem a muitas cultivares que receberam o Prêmio de Mérito de Jardim da Royal Horticultural Society, do Reino Unido.

6 – Achillea fragrantíssima: é uma espécie medicinal fortemente aromática, com potencial contra doenças neurodegenerativas e na prevenção e no tratamento de câncer. Cresce principalmente em desertos e regiões semiáridas, sendo nativa do nordeste da África e do Oriente Médio (Egito, Sinai, Jordânia, Iraque, Kuwait, Líbano, Síria, Arábia Saudita, Israel e Palestina). Possui flores amarelas.

7 – Achillea lingulata: espécie medicinal nativa dos Cárpatos e das montanhas da Península Balcânica, cresce em encostas rochosas e em campos alpinos. Possui flores semelhantes a pequenas margaridas, com pétalas brancas de extremidades levemente dentadas.

8 – Achillea micranta: é uma das espécies medicinais mais estudadas do gênero Achillea, e comprovadamente apresenta ação antibacteriana. É nativa do Cáucaso, dos Balcãs e da Europa, em países como Rússia, Ucrânia, Cazaquistão, Geórgia, Letônia, Paquistão, Iraque, Suécia, Holanda, Jordânia e Azerbaijão. Cresce em terrenos argilosos e pedregosos e possui flores amarelas.

Mil-em-rama amarelas.

9 – Achillea millefolium apricot delight: variedade da espécie Achillea millefolium, apresenta flores perfumadas em tons de damasco-suave a rosa-salmão. Tem folhagem espessa, pilosa, de cor verde-acinzentada. É muito ornamental e tem floração intensa, sendo tolerante ao calor.

10 – Achillea millefolium new vintage violet: variedade compacta de Achillea millefolium, com flores perfumadas de cor violeta-magenta, de grande beleza e que atraem abelhas e borboletas. Alcança a altura de até 40 cm.

11 – Achillea millefolium rubra: essa variedade apresenta flores que vão de vermelho-vibrante a vermelho-ferrugem, de grande beleza e que atraem insetos polinizadores. Os cachos florais dão origem a buquês e podem ser desidratados.

12 – Achillea millefolium saucy seduction: é uma variedade com cachos compactos de flores que, ao desabrocharem, são da cor fúcsia; com o passar do tempo, elas vão se tornando rosa-médio. Variedade ornamental e favorável ao corte, possui ramos robustos. Forma maciços de grande impacto visual.

13 – Achillea millefolium terracota: essa variedade apresenta flores laranja-vibrante quando desabrocham e que podem chegar ao amarelo-pêssego, à medida que envelhecem. Dispostas em hastes longas, são ideais para o corte. Atrai abelhas e borboletas. Os cachos florais podem ser desidratados.

14 – Achillea ptarmica: nativa da Europa e da Ásia Ocidental, essa espécie ocorre nos Estados Unidos e tem flores brancas. As folhas podem ser consumidas cruas ou cozidas e causam parestesia na boca (efeito entorpecente e formigante). Tem uso medicinal e produz um óleo essencial muito empregado em fitoterapia. Cresce em solos úmidos, embora tolere secas. É popularmente chamada de “a pérola”.

15 – Achillea tomentosa: popularmente chamada de milefólio-lanoso, essa espécie cresce espontaneamente em planícies de clima seco do sul da Europa. Apresenta flores com pétalas amarelas e miolo na cor creme. Muito ornamental, recebeu o Prêmio de Mérito de Jardim, do Royal Horticultural Society (Reino Unido).

16 – Achillea tomentosa King Edward: é uma variedade da Achillea tomentosa, que atinge até 15 cm de altura, por isso, é considerada anã. Apresenta flores em amarelo-pálido e folhas lanosas, verdes-acinzentadas.

Para que serve a mil-em-rama

Algumas espécies da mil-em-rama, também chamada de milefólio, tem uso paisagístico, formando maciços e bordaduras. Ornamenta jardins, parques, praças e jardineiras. Os ramos florais podem ser usados em buquês e decoram ambientes, residenciais e comerciais, em vasos e bacias.

Na verdade, os usos da planta mil-em-rama variam de acordo com os conhecimentos e costumes culturais de cada local do mundo onde ela cresce. Algumas espécies, inclusive, têm folhas aproveitadas em preparações culinárias.

É importante destacar que mil-em-rama, mil-folhas ou milfolhada são termos comuns, associados a várias espécies do gênero, que podem até mesmo ter compostos fitoquímicos diferenciados e com propriedades distintas daquelas que são descritas para a Achillea millefolium.

Se você está se perguntando para que serve a mil-em-rama, saiba que não é à toa que, popularmente, ela é chamada de atroveran e de novalgina! O chá da mil-em-rama, por exemplo, é consumido contra má digestão, cólicas menstruais, dores de cabeça e de estômago. Também é usada para baixar a febre e aplacar dores de dente e reumáticas.

A planta medicinal mil-em-rama, nas mais variadas preparações, ajuda a tratar hipertensão, problemas do fígado, gastrite, úlceras, gases e outros problemas do sistema digestivoafecções das vias respiratórias superiores, como gripes e resfriados.

Tem indicação para desintoxicar o organismo e para promover o apetite. Auxilia nos tratamentos de acne, feridas na pele, queimaduras, eczema e outras afecções dermatológicas e das mucosas. Também ajuda a regular o ciclo menstrual, atua contra infecções do sistema geniturinário, melhora a circulação venosa e tonifica as veias varicosas.

Chamada de yarrow (em inglês), mão-de-deus e salvação-do-mundo, a mil-em-rama, há milhares de anos, é empregada em rituais místicos, tanto que o pólen da planta foi encontrado em sepulturas de pessoas da espécie Neanderthal. Foi associada à cura e à proteção, sendo capaz de conectar as pessoas aos valores humanitários mais importantes e difundidos ao longo das eras, como ser fiel ao propósito de vida.

Qual é o significado da mil-em-rama

A mil-em-rama, assim como todos os seres vivos, possui energia. Além de beleza e de benefícios para a saúde física e mental, ela emana vibrações capazes de produzir estados psicológicos de alegria, de paz e de fé. A partir de suas características físicas, bem como pelos significados culturais que lhe são atribuídos, ela revela aspectos importantes da personalidade das pessoas.

Por causa disso, a mil-em-rama oferece informações que contribuem para o autoconhecimento, evidenciando qualidades que devem ser preservadas, expandidas e compartilhadas. Da mesma forma, explicita oportunidades de desenvolvimento, promovendo reflexão e tornando possível que cada pessoa alcance evolução na jornada da vida.

Compreenda o significado de sonhar com plantas

As flores da mil-em-rama indicam uma personalidade reservada, mas, ao mesmo tempo, receptiva e acolhedora, que tem sensibilidade e empatia. É alguém que usa das próprias habilidades para concretizar seus sonhos e não tem medo de se desafiar. É uma pessoa que busca compreender os ciclos, os processos e as transições na vida. Deseja expandir horizontes e ampliar as visões de mundo, compartilhando entusiasmo e a importância da adaptabilidade.

Diante de uma situação de falta de fé e de temeridade por infortúnios, uma pessoa deve contemplar a mil-em-rama e perceber que há muitos elementos que interagem para que algo seja construído e se apresente forte. Deve perceber, em si, suas forças e seus melhores recursos, refletindo sobre os objetivos e sonhos que deseja alcançar. Com convicção, deve pensar sobre os hábitos que precisam ser transformados ou descartados. Também deve se deixar contagiar pela beleza, pelo aroma e pelas emanações positivas que a planta oferece.

A mil-em-rama ajuda a curar a alma, a se conectar com a intuição e com a confiança nas possibilidades que a vida apresenta para que cada um trilhe seu caminho de felicidade. Ela estimula a olhar para si — não de forma isolada do todo, mas em comunhão com ele. É uma planta mística, usada para favorecer equilíbrio emocional, purificação e proteção.

A mil-em-rama na espiritualidade

De um modo geral, as plantas têm muitas contribuições para a vida no planeta. As vibrações que elas produzem são capazes de conectar uma pessoa às suas questões mais íntimas e fortalecer a ligação com o “Eu Superior”. Muito além de oferecer aroma, beleza e cor, elas levam o ser humano a identificar atributos e significados que promovem a compreensão de sua própria existência.

Assim, o significado da mil-em-rama, na espiritualidade, está relacionado às influências dessa planta sobre aspectos mentais e psicológicos, tais como a expansão da consciência (de si, do outro e do mundo) e a expressão da afetividade e da resiliência.

Óleo de mil-em-rama.

Presente em muitos lugares do globo, várias culturas a enxergam sob uma perspectiva de transcendência. Assim, os benefícios da mil-em-rama, na espiritualidade, ampliam a utilidade que ela tem para a humanidade e já demonstraram que se trata de uma planta poderosa. Confira, abaixo, alguns deles:

1 – Reverencia a ancestralidade. Na China, os caules secos da planta (espécies Achillea sibirica ou Achillea alpina) foram usados na aquileomancia e para criar o I Ching (que é um compilado de textos escritos por mestres, com princípios e filosofias do Taoísmo, do Confucionismo e das forças Yin e Yang).

2 – Favorece a clareza mental. Na França e na Irlanda de outras épocas, as pessoas que desejavam ser clarividentes colocavam a planta sobre os olhos.

3 – Está associada à Virgem Maria. Nossa Senhora teria usado a planta como proteção de Jesus Cristo contra a guarda romana.

4 – É referida como erva-de-são-josé e erva-do-carpinteiro. Acredita-se que tenha sido usada por José, pai terreno de Jesus Cristo, na cura de um ferimento causado por uma atividade de carpintaria.

5 – É considerada proteção para juízes, antes de que pronunciem as sentenças. Essa crença ocorre por essa planta ser conhecida como proteção e escudo, devido ao fato de suas folhas se agruparem.

6 – Estimula a conexão divina. Crê-se que tenha sido usada pelos druidas em cerimônias ritualísticas. O termo inglês “yarrow” vem da palavra anglo-saxônica "gearwe", que significa “preparar”.

7 – Traz felicidade ao casamento. Os buquês com flores da planta eram oferecidos às mulheres recém-casadas.

8 – Protege pessoas e ambientes contra energias negativas. Para isso, a planta pode ter uma folha colocada embaixo do travesseiro, ser preparada em banhos ou ter um galho pendurado à porta de entrada da casa.

9 – Inspira a enfrentar os obstáculos da vida com perseverança. A planta cresce em solos pedregosos, em altitudes elevadas e sob condições variadas, adaptando-se.

10 – Estimula a ampliar a consciência. Mas não só. Ela estimula a alcançar os objetivos e avançar no espaço-tempo, da mesma forma que as muitas espécies estão presentes em praticamente todos os continentes do globo terrestre.

11 – Reforça o valor da conexão com a natureza e com a espiritualidade. Isso ocorre porque as várias espécies da planta são utilizadas para fins medicinais e ritualísticos há milhares de anos, inclusive estando vinculadas à mitologia grega.

12 – Motiva a compreender a natureza como um processo integrativo de todos. A planta favorece a vida de outros seres vivos e leva a perceber a relação partes-todo.

13 – Incentiva a enxergar a vida com foco nas possibilidades, com alegria, beleza, fé e esperança. A planta cresce de forma espontânea ou cultivada e oferece cachos florais de grande beleza.

14 – Permite refletir sobre a harmonia gerada pela diversidade. Algumas espécies da planta possuem folhas basais diferentes das folhas superiores do caule, bem como flores distintas da maioria delas.

15 – Ajuda a restaurar energias e equilibrar o campo espiritual. Na Umbanda, a planta é usada em banhos de descarrego e em defumações.

16 – Facilita o equilíbrio e a tranquilidade. Para tanto, acredita-se que basta o consumo de apenas uma xícara diária do chá de mil-em-rama.

17 – Tem o poder de fechar a aura das pessoas hipersensíveis ou muito empáticas, que eventualmente assimilam as más energias do ambiente. Nesse caso, deve ser usado um pequeno ramo da planta como amuleto.

18 – Inspira o autoconhecimento, a descoberta de competências e o desenvolvimento de muitas habilidades. A mil-em-rama é a planta da multiplicidade.

A mil-em-rama na saúde

Apesar dos vários benefícios da mil-em-rama na espiritualidade, desde a Antiguidade a planta tem uso medicinal, principalmente devido aos resultados observados empiricamente no estancamento de sangue, na cicatrização de feridas, na diminuição da dor e por trazer bem-estar.

Logo, o significado da mil-em-rama, na saúde, é amplo e forte na história da farmacopeia de muitos povos. Tanto a medicina caseira quanto as muitas pesquisas envolvendo as várias espécies da planta já determinaram que, de fato, ela é promissora no desenvolvimento de fármacos que podem ajudar na prevenção e no tratamento de doenças.

Assim, os benefícios da mil-em-rama na saúde estão relacionados à oportunidade que essa planta oferece, de forma abrangente, para a vida de seres humanos, animais e outras espécies da flora. Conheça alguns a seguir:

1 – O extrato etanólico de diferentes partes da planta apresenta atividade antioxidante, uma vez que, ainda em concentrações diferentes, contém compostos como canferol, ácido cafeico, ácido salicílico e quercetina, entre outros.

2 – A mil-em-rama possui atividade antimicrobiana contra Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Proteus mirabilis, pois contém lactonas sesquiterpênicas, terpenos, cânfora, 1-8 cineol e borneol. Protege o organismo de diarreias, de infecções urinárias, sanguíneas, hospitalares, do aparelho respiratório, nas queimaduras, no ouvido, entre outras.

3 – O chá de mil-em-rama, feito a partir das folhas obtidas por meio de cultivo, apresenta ação gastroprotetora contra lesões, pois contém flavonoides como rutina e quercetina, entre outras substâncias importantes, que agem inibindo a secreção de ácido gástrico.

4 – O extrato hidroetanólico da mil-em-rama mostrou inibição da contração do músculo liso do íleo em testes envolvendo ratos, uma vez que contém os flavonoides apigenina e quercetina, confirmando o efeito antiespasmódico da planta.

5 – Apresenta ampla ação anti-inflamatória. O extrato de mil-em-rama inibe o metabolismo do ácido araquidônico, uma vez que contém monoterpenos como alfa-pineno, beta-pineno, cânfora e outros, além de sesquiterpenos.

6 – A mil-em-rama mostra potencial no desenvolvimento de medicamentos para o controle da hipertensão, embora os estudos tenham sido somente conduzidos com ratos wistar. A planta reduz a pressão arterial uma vez que possui o flavonoide artemetina, com ação inibitória da enzima conversora da Angiotensina.

7 – O extrato metanólico das flores de mil-em-rama exibiu atividade antitumoral (adenocarcinoma colorretal e câncer de pulmão), pois contém ácidos fenólicos, bem como os flavonoides luteolina e apigenina, entre outros.

8 – O chá mil-em-rama ajuda a reduzir os sintomas da ansiedade, atuando na secreção de corticosterona, hormônio envolvido em situações de estresse, pois contém flavonoides e alcaloides. Porém, mais estudos são necessários, por isso o tratamento medicamentoso convencional não deve ser suprimido.

9 – A mil-em-rama pode ser usada para reduzir a dor perineal, vermelhidão, edema e equimose (devido à ruptura de vasos sanguíneos) decorrentes de episiotomia, favorecendo a recuperação pós-parto normal de mulheres, uma vez que apresenta terpenos, taninos e outros agentes químicos com ação anti-inflamatória e cicatrizante.

10 – Embora os estudos sejam iniciais, a mil-em-rama (Achillea wilhelmsii) mostrou potencial no desenvolvimento de medicamentos anticonvulsivantes, podendo reduzir efeitos negativos da epilepsia e prevenir ou retardar a perda de memória relacionada a doenças como Alzheimer e Parkinson.

11 – A mil-em-rama tem ação antialérgica, uma vez que possui o sesquiterpeno cariofileno e também camazuleno que ainda promovem ação anti-inflamatória.

12 – O óleo essencial de Achillea millefolium apresenta ação fungistática contra Candida albicans, responsável por causar infecções do trato geniturinário e oral e que pode levar à óbito pacientes com algum tipo de imunodeficiência ou que estejam em processos quimioterápicos ou de tratamento intensivo.

13 – O chá de mil-em-rama feito com folhas novas da planta apresenta ação carminativa (combate gases intestinais) e antisséptica, uma vez que contém o monoterpeno cineol.

14 – A planta mil-em-rama representa potencial farmacológico no controle dos ciclos menstruais, uma vez que contém substâncias como a apigenina que é capaz de se ligar a receptores de estrogênio e promover tal ação.

15 – As infusões feitas com a mil-em-rama têm ação adstringente e anti-hemorrágica, uma vez que a planta contém vários taninos e flavonoides.

16 – A mil-em-rama tem ação colerética, ou seja, estimulante do fígado na produção da bile, por isso aumenta a solubilidade da gordura e do colesterol, facilitando a digestão. A planta contém alcaloides pirrolidina, entre eles aquileína.

17 – O chá de mil-em-rama pode ser usado para baixar a febre, uma vez que contém alcaloides com ação antipirética como betonicina, estacidrina e trigonelina.

Mil-em-rama onde e como usar

A mil-em-rama apresenta benefícios comprovados tanto pela sabedoria popular quanto pelos estudos científicos relacionados às suas propriedades fitoquímicas. Eles favorecem o uso da planta de diversas formas, que também estão relacionadas às tradições culturais.

Assim, uma das utilidades da mil-em-rama é a paisagística. A planta é vista cultivada em parques, jardins, praças e bordaduras. Algumas espécies são muito ornamentais e se adaptam em vasos e jardineiras. Muitas variedades têm os cachos florais em hastes longas e podem servir ao corte, destinando-se ao uso decorativo de interiores residenciais e comerciais, em vasos. Eles ainda formam buquês para noivas e arranjos cerimoniais.

Quanto ao uso místico, acredita-se que a planta traga boa sorte e prosperidade. No Candomblé, ela está associada à Oxalá e não tem emprego ritualístico. Ainda, os caules são empregados, por algumas pessoas, como amuletos.

Em alguns países, a mil-em-rama tem uso alimentar, tendo folhas e flores empregadas como tempero. Além disso, as folhas cruas são preparadas em saladas e, quando são refogadas, compõem acompanhamentos e ensopados, embora apresentem sabor amargo. A planta também é matéria-prima para dar sabor a cervejas, vinhos e outras bebidas.

Aliás, a mil-em-rama é amplamente conhecida como planta medicinal, tendo esse uso muito divulgado e sedimentado. E para essa finalidade, as folhas, os botões florais, as flores e os caules são empregados em diversas preparações.

As infusões e decocções com mil-em-rama são muito populares e há várias maneiras de prepará-las para se chegar a chás, banhos totais, de assento, escalda-pés, gargarejos, enxaguantes bucais, loções capilares e dermatológicas, compressas e outros remédios caseiros para tratamento de enfermidades diversas.

Mas se você, neste ponto, está se perguntando para que serve o chá mil-em-rama, saiba que ele é amplamente utilizado para tratar distúrbios gastrointestinais, eliminar cálculos renais e para reduzir a pressão arterial. É usado, também, para baixar a febre, aplacar dores dentárias, de cabeça e causadas por cólicas menstruais, entre outros males.

Uma das formas de preparar o chá mil-em-rama é levar ao fogo 1 litro de água em um recipiente e deixar levantar fervura. Desligue o fogo e adicione 1 colher (sopa) de folhas secas da planta. Tampe o recipiente e mantenha em repouso durante cerca de 10 minutos. Coe e beba morno. Adoce a gosto, se desejar, pois a bebida é amarga. Aproveite o momento para mentalizar boas energias e sentimentos de amor e paz.

Chá de mil-em-rama

A decocção de folhas e flores de mil-em-rama pode ser usada em banhos que trazem purificação e relaxamento. Se for destinada a banhos de assento, ajuda a tratar doenças do sistema geniturinário, como candidíase. Também promove cicatrização para fissuras e hemorroidas.

Para escalda-pés, essa solução ajuda a cicatrizar rachaduras, aliviar dores, facilitar a circulação sanguínea e promover descanso. Então, leve ao fogo 1 litro de água com 3 colheres (sopa) de folhas e flores da planta e deixe ferver. Após levantar bolhas, abaixe o fogo e mantenha cozinhando por cerca de 10 minutos. Desligue. Tampe e deixe esfriar. Já numa bacia, se preferir, adicione 1 colher (chá) de sal grosso, um punhado de flores de malva, de calêndula ou de camomila. Mergulhe os pés e permaneça com eles submersos por cerca de 20 minutos.

Utilize o mesmo tipo de decocção após o banho de higiene, jogando o líquido do pescoço para baixo. No caso de banho de assento, coloque-o morno numa bacia e sente-se sobre ela, permanecendo por cerca de 15 minutos.

Ela ainda pode ser usada como tônico capilar, para proporcionar limpeza ao couro cabeludo, bem como maciez e brilho aos cabelos. Então, já com os cabelos higienizados, enxague-os com o líquido.

Também pode ser usada como inalação e em bochechos para aliviar a dor de dente. Pode, ainda, ser usada em gargarejos para abrandar a dor de garganta. Neste caso, com o líquido morno, encha a boca com o equivalente a um gole e mantenha a cabeça semi-inclinada para trás, de forma que ele alcance o fundo da língua. Expire o ar para não engoli-lo e repita o procedimento por no mínimo três goles, sempre descartando-os.

Mas se você tem dúvida sobre a mil-em-rama, onde encontrar folhas, flores, potes e pacotes de chás, cápsulas, tinturas, óleo essencial, cremes, pomadas e vários produtos da planta, manufaturados industrialmente ou artesanalmente, faça uma pesquisa na Internet e descubra que há várias lojas especializadas em fitoterápicos que os comercializam.

Além disso tudo, o óleo essencial de mil-em-rama é um produto valorizado no mercado, devido à elevada concentração de importantes compostos químicos da planta que beneficiam a saúde de várias formas e também porque cada quilo de massa vegetal rende apenas de 1,5 a 2% de óleo.

É possível encontrar o floral de mil-em-rama, usado para eliminar dores emocionais, mágoas, comportamentos erráticos repetitivos, vícios e falta de ânimo. Ele ajuda a conectar todos os chacras e promove a percepção da causa de problemas psicossomáticos. Contudo, as doses e a frequência de consumo devem ser indicadas por um fitoterapeuta ou por um especialista em saúde holística.

Ainda, compressas podem ser aplicadas para reduzir cólicas menstruais. Cataplasmas produzidos com flores de mil-em-rama, maceradas com água o suficiente para que forme uma pasta, podem ser utilizados para aplacar dores causadas por artrites, reumatismos e varizes. Se aplicados com gaze, ajudam a estancar sangramentos e a cicatrizar ferimentos.

A mil-em-rama é extraordinária. Ela apoia o meio-ambiente, sendo benéfica como planta melífera e atraindo abelhas mamangavas (gênero Xylocopa). Também chama para si joaninhas e vespas que bebem néctar e se alimentam de larvas de insetos.

Além disso, a planta age com efeito larvicida sobre a “traça das crucíferas” (Plutella xylostella) que prejudica cultivos economicamente imprescindíveis como o de algodão, arroz, batata, mandioca, cana-de-açúcar etc.

Contraindicações e efeitos colaterais da mil-em-rama

É importante sempre ter em mente que os fitoterápicos contém substâncias químicas que oferecem tanto os efeitos esperados quanto alguns indesejados e que podem representar riscos ao bem-estar. Embora a planta mil-em-rama ofereça muitos benefícios para a saúde física, mental e espiritual, alguns cuidados devem ser tomados. Veja:

1 – O contato com as folhas e com o sumo que dela provém pode causar fotossensibilização ou dermatite de exposição ao sol, do mesmo modo que ocorre com o limão.

2 – As pessoas que já tenham manifestado alergias no uso de chás feitos com plantas da família Asteraceae devem evitar produtos da mil-em-rama.

3 – Mulheres gestantes, lactantes e crianças menores de 12 anos não devem fazer uso de produtos à base de mil-em-rama, a menos que haja prescrição médica. O extrato da planta demonstrou, em laboratório (Lakshmi T, 2011), resultados de malformações fetais em vários períodos de gestação de ratas, além de diminuição do peso fetal e de aumento no peso placentário.

4 – A planta deve ser mantida fora do alcance de animais domésticos, como cães e gatos, e de crianças.

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5 – Chás, florais, tinturas, xaropes, extratos e outros produtos de consumo oral não devem ser usados por pessoas com úlceras gastroduodenais ou com obstrução das vias biliares.

6 – O óleo essencial de mil-em-rama não deve se destinar ao uso oral. Mesmo em doses pequenas, ele contém tujona, monoterpeno com ação abortiva (EMA - 2017) e que pode provocar espasmos e convulsões.

7 – O consumo de chá mil-em-rama, em doses e frequência elevadas, pode causar efeitos colaterais como aumento no volume urinário, tonturas, irritações cutâneas ou oculares, mal-estar, dores de cabeça, sonolência e sensações psicotrópicas como percepção de cores alteradas e luz intensa. O consumo deve ser interrompido se surgirem qualquer um desses sintomas, e um médico deverá ser consultado.

8 – Podem ocorrer interações medicamentosas nas terapias com fármacos anticoagulantes, hipotensivos, hipertensivos, hipoglicemiantes e psiquiátricos, entre outros. Um médico deverá ser consultado antes do uso de produtos para consumo oral à base da planta.

9 – A urina pode apresentar um tom castanho devido ao consumo oral de infusões de mil-em-rama, não sendo motivo de apreensão.

Como plantar e cuidar da mil-em-rama

Com grande beleza, perfume e benefícios comprovados para a saúde, é natural que haja interesse de ter em casa a planta mil-em-rama e usufruir tudo o que essa espécie da flora oferece. Expansiva, com folhagem e floração exuberantes, ela traz alegria ao ambiente.

A mil-em-rama gosta de climas temperados, subtropicais e quentes. Tolera secas e geadas, embora não se adapte a chuvas intensas. Desenvolve-se em locais com boa incidência de luz solar. Multiplica-se por sementes, estacas e divisão de touceiras. Cresce em solos argilosos, pouco férteis, pedregosos e não ácidos (pH em torno de 6,0), desde que estejam bem drenados.

Cesta com mil-em-ramas brancas recém colhidas, em cima de uma mesa.

O plantio deve ocorrer no outono ou na primavera, sob temperatura média de 20 graus Celsius, embora ela cresça entre 5 e 25 e tolere o frio até 5 graus. Quando nativa, a mil-em-rama floresce duas vezes ao ano. Se cultivada, a floração surge normalmente no final da primavera e início do verão. Então, acompanhe, a seguir, a mil-em-rama, por cultivo orgânico, por meio de sementes em vaso:

1 – Adquira as sementes de mil-em-rama usando o nome botânico da planta, de modo a garantir a espécie desejada. Normalmente, elas são importadas. A Achillea millefolium apresenta flores brancas.

2 – Escolha um vaso com altura e diâmetro de cerca de 30 cm, com orifício no fundo, pois a mil-em-rama precisa de espaço para se desenvolver.

3 – Coloque no vaso argila expandida, brita ou cacos de telha. Isso ajudará a drenar a água das regas e evitará encharcamento. O excesso de umidade no solo diminui a quantidade de flores da mil-em-rama.

4 – Encha o vaso com terra e húmus de minhoca ou matéria orgânica até cerca de 3 cm antes da borda.

5 – Espalhe as sementes e as cubra levemente com terra, de modo que a superfície fique aplainada. Considere que uma ou outra semente poderá não evoluir, mas que, ainda assim, poderá haver várias mudas.

6 – Borrife água por toda a superfície e deixe o solo úmido, porém não encharcado. Lembre-se de utilizar água de boa qualidade.

7 – Cubra o vaso com um saco plástico e deixe-o em local iluminado, favorecendo a germinação das sementes.

8 – Realize regas sempre que a terra estiver seca. A planta se desenvolve melhor em solos úmidos. Faça o teste do indicador na profundidade do solo para identificar a real necessidade de água. Evite expô-la à chuva.

9 – Retire manualmente os matinhos e outras ervas que acabam concorrendo com a mil-em-rama por nutrientes da terra. As mudinhas deverão surgir por volta de duas semanas da semeadura.

10 – Molhe toda a terra no entorno do caule. Evite regar as folhas e mantenha o vaso em local bem iluminado. À sombra, a tendência é que haja caules altos e menos flores.

11 – Atente-se para a frequência de regas durante verões muito secos. Embora a planta resista a estiagens, ela terá melhor qualidade se não sofrer com elas.

12 – Realize pelo menos uma adubação a cada ano. A mil-em-rama é uma planta que esgota o solo. Para tanto, utilize esterco bovino curtido.

13 – Observe a qualidade das folhas. Se estiverem amareladas, pode ser excesso de regas. Nos frios intensos e sob ventos frios, elas podem ficar avermelhadas ou morrer. Neste caso, providencie a remoção do vaso para um local mais quente.

14 – Atente-se para a incidência de pragas. Embora a planta seja resistente, ela pode ser atacada por oídios, mofo cinzento e ácaros. Solo drenado, circulação de ar nas folhas e luz solar ajudam a manter a planta livre deles. Contudo, se ocorrerem, utilize soluções caseiras para pulverizar as folhas e os caules da planta. Uma delas é feita com proporções iguais de vinagre, detergente e água.

15 – Elimine as partes atacadas por fungos ou pelas doenças mencionadas acima, de modo que elas não contaminem a planta por inteiro ou outras da sua casa, da sua horta ou do seu jardim.

16 – Faça podas regulares, eliminando folhas, flores secas e botões florais murchos e antigos. Isso fará com que sua mil-em-rama respire, acumule menos umidade e cresça mais vigorosa.

17 – Colha os botões florais assim que eles desabrocharem, mas só faço isso com as folhas após 4 ou 5 meses do plantio ou tão logo os primeiros botões surjam. Para colher as flores, considere que a maioria delas deverá estar aberta.

18 – Desidrate folhas e flores colocando-as sobre uma bancada à sombra, em local ventilado. Depois de secas, guarde-as em um pote bem tampado. Se preferir secar buquês, corte-os com haste longa e pendure-os de cabeça para baixo num varal ao abrigo da luz solar.

19 – Caso você tenha cabras e ovelhas, atente-se ao fato de que elas apreciam consumir a planta.

Mitos e verdades sobre a mil-em-rama

A mil-em-rama é uma planta milenar e para a qual foram atribuídas muitas propriedades terapêuticas, transmitidas ao longo das épocas por meio das tradições culturais de cada nação. Ao mesmo tempo, os muitos estudos científicos que vão elucidando sua composição química e favorecendo conhecer mais sobre ela são divulgados pelos centros acadêmicos e por periódicos especializados.

Contudo, assim como ocorre com muitas plantas, ainda há concepções inconsistentes sobre a mil-em-rama que geram equívocos e potencializam os riscos relacionados ao uso de fitoterápicos e de plantas comestíveis diferenciadas. Assim, encontre mitos e verdades sobre ela a seguir.

1 – A mil-em-rama é bom para melasma? Verdade. O óleo essencial da planta possui acetato de linalila, um agente fitoquímico capaz de inibir a tirosinase, que impede a produção de melanina, mostrando-se promissor no tratamento de melasmas.

2 – A mil-em-rama é uma planta abortiva? Mito. Um estudo divulgado em 2003 pela National Center for Biotechnology Information com ratos fêmeas demonstrou o contrário disso, mesmo com uma dose do extrato da planta 56 vezes maior do que a consumida por mulheres. Porém, devido à necessidade de mais pesquisas, é recomendado que gestantes não façam uso da planta.

3 – O extrato hidroalcoólico de mil-em-rama tem efeito antidiabético? Verdade. Ele produz a inibição de alfa-glicosidases e a secreção e sensibilização de insulina, uma vez que apresenta ação anti-inflamatória e compostos químicos como os flavonoides apigenina e canferol.

4 – A mil-em-rama gosta de sol? Verdade. As muitas espécies da planta se adaptaram a várias condições climáticas. A Achillea millefolium, por exemplo, se desenvolve bem sob a incidência de luz solar, desde que a temperatura não seja superior a 25 graus Celsius.

5 – Animais domésticos não devem consumir mil-em-rama? Verdade. Segundo a Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade contra Animais, a planta é tóxica para cães, gatos e cavalos, causando hipersalivação, vômitos, diarreias, depressão e anorexia.

6 – A mil-em-rama provoca infertilidade masculina? Mito. Embora o estudo "O efeito do extrato de Achillea millefolium na espermatogênese de ratos Wistar machos" (2010) tenha demonstrado que o extrato da planta, conforme a dose, pode evitar a espermatogênese, são necessários mais estudos para comprovar tal efeito com homens.

7 – O chá obtido por decocção de folhas e flores de mil-em-rama acelera o crescimento capilar? Mito. A planta contém ácidos graxos, como o linoleico, que promovem brilho e maciez aos cabelos, mas não há comprovação científica de que o chá da planta promova tal resultado.

8 – A mil-em-rama pode ser cultivada dentro de casa? Verdade. Há várias espécies que crescem até 40 cm ou menos. Além disso, se ela receber luz solar indireta, estiver em solo úmido e bem drenado e livre de correntes excessivas de ar, ela se desenvolverá bem.

Você acabou de conhecer a mil-em-rama (Achillea millefolium) e deve ter notado que ela traz muitos benefícios para a saúde física, mental e espiritual. Além disso, ela é um símbolo de multiplicidade, de expansão e de adaptabilidade. Como ela, outras plantas que compõem o Oráculo Floral têm muito a acrescentar em sua vida. Descubra significados e curiosidades sobre cada uma delas acessando os links abaixo:

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