Cipó de São João: significado, propriedades e benefícios

Geralmente com uma floração intensa de cor laranja, o cipó-de-são-joão é uma das plantas mais belas da flora. Utilizada na decoração das festas juninas de São João, de onde vem seu nome popular, floresce durante os dias mais frios.

Também é conhecida como cipó-bela-flor, cipó-pé-de-lagartixa, cipó-de-lagarto, marquesa-de-belas e flor-de-são-joão. Porém, cientificamente, esta planta é a espécie Pyrostegia venusta, da família botânica Bignoniaceae.

O que você encontrará neste artigo:

Nativa do Brasil, ocorre principalmente no Cerrado e, além de ornamental, é também uma planta medicinal, pois apresenta propriedades importantes para a saúde física e mental das pessoas, sendo indicada, por exemplo, para tratar vitiligo. Além disso, é capaz de promover conexão espiritual, sendo cercada por simbolismos. Então leia o artigo e descubra como o cipó-de-são-joão pode influenciar a sua vida e a de outros seres vivos.

O que é cipó-de-são-joão?

A planta cipó-de-são-joão também é nativa da Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Venezuela, Guiana, Suriname, Panamá, El Salvador, Honduras, Guatemala, Costa Rica e México.

É considerada invasora e ocorre em praticamente todos continentes, nas regiões de clima tropical, subtropical e equatorial, em solos variados, sendo bastante resistente e de grande beleza.

Trata-se de uma planta perene, trepadeira e semilenhosa. Caso não encontre uma estrutura como outras árvores, cercas, muros ou treliças para se apoiar, irá se alastrar pelo chão. Pode atingir cerca de 10 metros de altura e 4 metros de diâmetro. Apresenta ramagem densa, do tipo cipó.

As folhas do cipó-de-são-joão são compostas, glabras (sem pilosidade), nervuradas, brilhantes e com bordas lisas. Elas ficam opostas nos ramos e se dividem em três partes: dois folíolos de cor verde-escura, com até 8 cm de comprimento por 5 cm de largura, e o que seria um terceiro apresenta-se modificado em forma de gavinha, com a função de se enrolar e se prender em ramos, arames, gramas, gravetos etc., como ocorre com a maioria das trepadeiras.

O cipó-de-são-joão apresenta inflorescências abundantes e corimbosas (terminais nos ramos, dispondo-se em forma de taça coquetel – para martini), com cerca de 15 a 20 flores bissexuadas. Elas são muito vistosas, tubulosas, com até 7 cm de comprimento e corola em cor que varia de amarelo-claro a laranja-vibrante. Desabrocham de maio até setembro, formando cascatas deslumbrantes.

O tubo das flores de cipó-de-são-joão é glabro externamente, mas piloso no terço basal interno. Nele, na extremidade superior, as pétalas, até então fundidas, se dividem de forma pentalobada e abrem-se curvando para fora, conforme envelhecem.

Assim, elas comumente exibem delgados filetes amarelos, com anteras de mesma cor. No bico inferior, saindo do cálice em cor verde-escura, encontra-se um nectário capaz de atrair insetos polinizadores, como abelhas (principalmente Apis mellifera), moscas e vespas, e também beija-flores, como o da espécie Leucochloris albicollis, popularmente chamado de beija-flor-de-papo-branco.

Flores do Cipó de São João.

Os botões florais dessa planta não se abrem simultaneamente. Eles começam em tom verde e vão se tornando alaranjados à medida em que amadurecem. De três a cinco flores vão desabrochando na mesma inflorescência e permanecem até 36 horas.

Posteriormente as corolas se desprendem e caem, mas podem ficar até um dia presas por apenas um filete. Nem todos os botões se abrem! Alguns ficam presos pelos filetes por até cinco dias antes de caírem.

Os frutos do cipó-de-são-joão surgem de novembro a fevereiro. Eles são cápsulas deiscentes (abrem-se espontaneamente quando maduras), secas, lineares-achatadas, com válvulas lisas e sem saliências. São longos e podem medir até 20 cm de comprimento. Eles contêm sementes com asas membranáceas, de cor castanho-clara, que se dispersam com o vento na abertura desses frutos, dando origem a novas plantas.

O cipó-de-são-joão, também chamado de cipó-vermelho, foi identificado e descrito pelo botânico britânico John Bellenden Ker Gawler (1764-1842), como Bignonia venusta em 1801. Porém foi o botânico também britânico John Miers (1789-1879) quem descreveu a planta como Pyrostegia venusta na publicação científica The Journal of the Royal Horticultural Society London em 1863.

O nome Pyrostegia vem dos termos gregos “pyros”, que significa “fogo”, e “stegia”, traduzido como “construção” e “cobertura”. Já venusta vem da palavra latina “venustus”, que quer dizer “bela; charmosa; graciosa”, sendo uma referência à deusa da beleza e do amor – Vênus, na Roma antiga, e Afrodite, na mitologia grega. Logo, quer dizer “cobertura formosa de fogo”, considerando a beleza das flores com corola alaranjada, quase vermelha.

A planta é muitas vezes confundida com a espécie Tecoma capensis, nativa da África do Sul e popularmente chamada de tecomária, sendo ambas da mesma família botânica (Bignoniaceae) e com flores muito parecidas.

O cipó-de-são-joão é a flor símbolo de Campinas, no interior do estado de São Paulo, junto com a árvore jequitibá, conforme a Lei nº 5.257 de 21 de maio de 1982, desse município. É uma planta ornamental, de valor ecológico e conhecida pela medicina popular por oferecer benefícios à saúde física e mental. É também uma das mais pesquisadas, devido aos compostos bioquímicos de interesse científico, especialmente os farmacológicos.

Propriedades do cipó-de-são-joão

Também conhecida como cipó-bela-flor e bignônia-de-inverno, a espécie Pyrostegia venusta é uma das mais estudadas pelos centros acadêmicos. É utilizada há séculos pela medicina caseira de diversas comunidades para tratar tosses, gripes e doenças relacionadas com o sistema respiratório. Também para solucionar diarreias, vômitos, afecções da pele, como vitiligo e erisipela. Ainda, problemas relacionados com o sistema nervoso, principalmente como calmante e para tratar fraqueza.

Entre os muitos compostos fitoquímicos do cipó-de-são-joão, são encontrados flavonoides, terpenos, fenóis, taninos, carotenoides, saponinas, alcaloides e esteroides, todos capazes de combater vários tipos de doenças, inclusive as mais graves, promovendo saúde física e mental.

Algumas substâncias merecem destaque como luteína, betacaroteno, betacriptoxantina, violaxantina, zeaxantina, betassitosterol, n-hentriacontano, glicopiranosilacacetina e mesoinositol. Também apresenta ácido hexadeianoico. ácido linoleico, estigmasteril tosilato, ácido propanoico, diazoprogestereno, entre outros fitoquímicos. Contém verbascosídeo, isoverbascosídeo e quercetina.

As raízes, por exemplo, concentram alantoína, glicopiranosilsitosterol e a flavona hesperidina, esta última conhecida no meio científico como capaz de auxiliar o bom funcionamento do sistema cardiovascular.

A alantoína auxilia na prevenção e no combate a úlceras, psoríase e apresenta atividade anti-inflamatória, imunoestimulante e queratolítica (age na queratina da pele), sendo uma das substâncias mais importantes na dermatologia.

Entenda a influência das flores laranja na terapia floral

Além disso, o extrato das folhas e das flores de cipó-de-são-joão apresenta potencial no desenvolvimento de fármacos para o tratamento de doenças associadas à hipopigmentação, notadamente o vitiligo.

A planta é de grande importância medicinal, pois, graças a seus compostos bioquímicos, apresenta atividades anti-inflamatória, cicatrizante, antimicrobiana e antioxidante, em que há a inibição ou catalisação de radicais livres, antitumoral significativa e citotóxica moderada, conforme alguns estudos científicos já demonstraram.

O cipó-de-são-joão é antifúngico, antinociceptivo, anti-helmíntico e pode ser usado no tratamento de vitiligo e de leucoderma. Dele, são empregados, em várias preparações, as folhas, os botões florais, as flores, os caules e as raízes.

Apesar disso, por conter alcaloides, as preparações com a planta para uso oral devem ser prescritas e acompanhadas por um médico herbalista ou por um fitoterapeuta experiente. A Pyrostegia venusta contém pirostegina e rutina, substâncias que podem provocar toxicidade, quando consumidas em doses e/ou frequência inadequadas.

Inclusive a planta é indesejada em alguns locais, especialmente em pastos de bovinos, por causar toxicidade a eles, que podem se alimentar de forma indiscriminada de suas folhas.

Tipos de cipó-de-são-joão

O cipó-de-são-joão, também chamado de trompetero laranja, é da família botânica Bignoniaceae, a mesma do ipê, que inclui árvores, arbustos e lianas, ocorrendo em regiões de climas quentes no planeta e de grande importância econômica, pois tem espécies que fornecem madeiras nobres, por exemplo o jacarandá. Pertence ao gênero Pyrostegia, com cerca de 17 espécies, embora haja divergências sobre esse número. Alguns estudiosos da área acreditam que se trata de apenas de quatro espécies.

De qualquer modo, a Pyrostegia venusta é uma espécie botanicamente sinônima da Bignonia ignea, Bignonia tecomiflora, Bignonia venusta, Pyrostegia acuminata, Pyrostegia amabilis, Pyrostegia dichotoma, Pyrostegia ignea, Pyrostegia pallida, Pyrostegia parvifolia e Pyrostegia reticulata, entre outras.

Esta espécie de planta, também chamada de cipó-de-fogo, apresenta duas variedades: a Pyrostegia venusta var. typica e a Pyrostegia venusta var. villosa. Então conheça mais sobre o gênero Pyrostegia e sobre o cipó-de-são-joão a seguir:

1 - Pyrostegia cinerea - também conhecida como Cuspidaria cinerea, essa espécie é nativa das regiões Norte e Sudeste do Brasil, especialmente nos estados do Amazonas e de Minas Gerais. Desenvolve-se em biomas tropicais, eventualmente secos.

2 - Pyrostegia ignea - embora seja um sinônimo da Pyrostegia venusta, ou seja, com basicamente a mesma morfologia e os mesmos hábitos vegetativos, essa espécie oferece uma belíssima, abundante e rara floração amarela, desde que seja cultivada por meio de estaquias, o que garante a cor das flores.

3 - Pyrostegia longiflora - também conhecida por Bignonia longiflora, essa espécie apresenta flores na cor magenta, menos comumente amarela, branca ou vermelha. É nativa no Brasil, ocorrendo em todos os biomas e regiões do país.

4 - Pyrostegia millingtonioides - espécie nativa unicamente do Brasil, ocorre em toda a região Norte e Nordeste do país, principalmente no Pará e no Maranhão, desenvolvendo-se sob clima tropical úmido. Apresenta flores brancas.

5 - Pyrostegia venusta var. typica - variedade da espécie Pyrostegia venusta, também chamada de videira-de-fogo, foi descrita pelo botânico escocês Thomas Archibald Sprague (1877-1958) e publicada pela primeira vez em 1905 no Bulletin de l'Herbier Boissier, de Genebra, na Suíça. Apresenta inflorescência abundante com flores em tom laranja-escuro quase vermelhas.

6 - Pyrostegia venusta var. villosa - variedade da espécie Pyrostegia venusta, foi descrita pelo botânico escocês Thomas Archibald Sprague (1877-1958) e publicada pela primeira vez em 1904 no Bulletin de l'Herbier Boissier, de Genebra, na Suíça. Apresenta flores em laranja-intenso, filetes cremes e anteras escuras, quase de cor de vinho. Foi relatada como parte da biodiversidade da Índia em março de 2016.

Para que serve o cipó-de-são-joão

O cipó-de-são-joão é conhecido principalmente por ser uma planta de grande beleza, que atrai um dos pássaros mais simbólicos e queridos das pessoas, que é o beija-flor. Inclusive, tem uso no paisagismo, sendo empregada com sucesso em cercas-vivas, pois tem caules semilenhosos que ainda ajudam a conter a terra em solos desnivelados e o vento, possibilitando um visual de elevada plasticidade.

Essa planta é amplamente empregada para criar uma cobertura natural em pergolados, treliças, caramanchões e gazebos. E, quando os ramos são cortados, eles ornamentam arcos em casamentos e bordas de portas e janelas, produzindo um grande impacto visual.

Inclusive esse foi por muito tempo um dos usos da planta nas festas juninas de algumas regiões do país. Muitos lugares ainda a adotam para essa finalidade. E os cipós (ramos sem folhas ou flores) são empregados na confecção artesanal de cestos.

Mas um dos usos da planta que vem ganhando notoriedade é o medicinal. Muito utilizada na medicina caseira como vermífuga, contra gripes, resfriados e diarreias, entre outras enfermidades, ela é conhecida por ajudar as pessoas com vitiligo a uniformizar a cor da pele.

Um grande Cipó de São João.

Além disso, muitos estudos empreendidos pelos meios científicos e acadêmicos já comprovaram que ela pode ser aplicada no desenvolvimento de produtos e medicamentos que viriam a combater doenças graves.

O cipó-de-são-joão é uma planta rica em compostos químicos importantes para a manutenção do bom funcionamento do organismo, e alguns deles encontram-se em taxas elevadas, tornando-o favorável como matéria-prima para a indústria farmacêutica, cosmética e outras. Um exemplo é a alantoína, que, nas folhas e nas raízes da espécie Symphytum officinale (confrei), amplamente aproveitada pelas indústrias de medicamentos, encontra-se em menor percentual.

Assim, a Pyrostegia venusta é indicada para tratar leucoderma, vitiligo e outras afecções da pele. Também é recomendada como anti-inflamatório e para curar gripes, bronquite e diarreias. Ainda, para eliminar vermes e para aplacar dores musculares, decorrentes de artrose, artrite e reumatismo.

Está associada à ornamentação da festa junina de São João, uma das mais tradicionais do país. Além disso, o cipó-de-são-joão é uma planta que promove a conexão espiritual. Na umbanda, por exemplo, ele está associado ao orixá Xangô e ajuda a despertar equilíbrio, a consciência, os valores pessoais e universais, bem como o senso de igualdade entre as pessoas.

Qual é o significado do cipó-de-são-joão

Desde tempos remotos o ser humano enxerga nas plantas uma fonte de alimento, abrigo, calor, beleza, descanso, conforto e cura para males físicos, psíquicos e espirituais. De fato, elas têm energia e produzem vibrações, estados emocionais e sensações. São capazes de despertar alegria, serenidade e entusiasmo.

Além disso, por meio das próprias características físicas e pelos significados que as diversas culturas ao redor do mundo lhes atribuem, as plantas podem revelar aspectos da personalidade de um indivíduo que devem ser mantidos e compartilhados, aqueles que precisam ser desenvolvidos e alguns que devem ser descartados, auxiliando-o em seu processo evolutivo.

Nesse sentido, o cipó-de-são-joão, com suas belas flores laranjas, e mais raramente amarelas, revela alguém de personalidade alegre, afável, descontraído e leal. É uma pessoa com inteligência aguçada e com habilidades para reconhecer valores elevados.

Quando uma pessoa está diante de um conflito entre os princípios pessoais e as exigências do meio social, ela deve contemplar uma planta de cipó-de-são-joão. A mesma atitude poderá ser adotada se ela estiver exagerando na vaidade, vivenciando o apego ao luxo, à ostentação, aos bens materiais e às convenções, esquecendo-se dos preceitos espirituais.

No momento em que estiver observando o conjunto harmonioso que a planta Pyrostegia venusta proporciona, qualquer pessoa deve buscar dentro de si pontos de equilíbrio, rever os principais valores pessoais e identificar as verdadeiras formas de evoluir espiritualmente e ser feliz, alimentando com os demais relações interpessoais construtivas, libertadoras e igualitárias.

Nessa circunstância, é favorável mentalizar as oportunidades de purificação que a vida oferece, a beleza interior e se conectar com as graças recebidas. É a ocasião para encontrar o divino dentro de si.

O cipó-de-são-joão na espiritualidade

Há milhares de anos, as plantas são utilizadas de diversas maneiras pelas pessoas, de acordo com os costumes e os traços culturais das comunidades em que estão inseridas. Mais do que alimento, ornamento e recurso natural para a prevenção, tratamento e cura de doenças, elas também se destinam a favorecer a ligação ao sagrado. Por meio delas, o ser humano busca uma forma de desenvolver virtudes e encontrar um sentido para a própria existência.

Com base nisso, o significado do cipó-de-são-joão na espiritualidade está relacionado com a possibilidade de encontrar encantamento, equilíbrio e energia para seguir adiante na jornada da vida, assimilar os ciclos, compreender a própria essência, a ligação com o divino e evoluir em todos os aspectos, inclusive se relacionando de modo harmônico com o ambiente.

Desvende o poder do orixá Xangô, o símbolo da realeza

Nesse sentido, os benefícios do cipó-de-são-joão na espiritualidade dizem respeito a identificar valores, crenças, conceitos e fomentar o autoconhecimento e a reflexão sobre a trajetória pessoal e quais atitudes devem ser adotadas para realizar os objetivos e propósitos de vida, numa visão de integralidade. Confira alguns destes benefícios:

1 - O cipó-de-são-joão motiva a ampliar a consciência e se desenvolver alcançando o máximo de plenitude no tempo-espaço. É uma planta expansiva que, embora seja nativa da América tropical, está presente em vários locais do globo.

2 - Estimula a perseverança e a fé diante dos obstáculos como recursos para alcançar sucesso e prosperidade. O cipó-de-são-joão nasce espontaneamente em solos pouco férteis, mas também se adapta ao cultivo cuidadoso.

3 - Exemplifica a importância da ajuda mútua como fator de desenvolvimento pessoal e do entorno. A Pyrostegia venusta tanto se apoia em outras plantas para crescer e se proteger quanto oferece o melhor de si para outros seres vivos, como abelhas, beija-flores e pessoas.

4 - Inspira a união como recurso de força. A densa ramagem forma uma cerca robusta e ao mesmo tempo orgânica, de grande beleza e atratividade, que mais parece convidar a entrar do que manter afastamento.

5 - Favorece o dinamismo, o aperfeiçoamento do raciocínio e do senso de justiça e equidade. Desperta calor, confiança, amizade e jovialidade, especialmente pelas vibrações relacionadas com a cor laranja da floração.

6 - Ajuda a fortalecer o amor-próprio e perceber qualidades individuais, dons, talentos e motivos de alegria por sermos quem somos e a expressá-los de modo a promover a mesma atitude nos demais. A espécie Pyrostegia venusta é repleta de qualidades que a tornam expressiva.

7 - Restabelece o equilíbrio e traz boas vibrações, principalmente após a limpeza feita com ervas quentes. O banho de cipó-de-são-joão na umbanda pode ser feito exclusivamente com essa planta, que, sendo considerada morna, não precisa ser misturada a outra. A energia dela restaura a harmonia e a confiança.

8 - Impulsiona a enxergar o poder divino na natureza como um processo de interdependência de todos os seres vivos, a relação de causa-efeito, bem como favorece a compreensão de si como parte de um todo. O cipó-de-são-joão favorece a sinergia do meio ambiente e a vida no planeta, apoiando vários biomas.

9 - Fortalece a memória das tradições, principalmente ligada às festividades do mês de junho. O nome popular da Pyrostegia venusta remete ao uso da planta na festa junina de São João, uma das mais celebradas no Brasil.

O cipó-de-são-joão na saúde

O cipó-de-são-joão tem destaque como planta ornamental e como instrumento de conexão espiritual, mas é na saúde que ele indiscutivelmente se diferencia como recurso natural, economicamente viável e cientificamente comprovado para beneficiar a vida dos seres humanos.

O significado do cipó-de-são-joão na saúde está relacionado com o bem-estar físico e mental que essa planta proporciona, apoiando a prevenção e o tratamento de doenças por meio dos compostos bioquímicos presentes em todas as suas partes.

Cipó de São João sobre um muro.

Além disso, os benefícios do cipó-de-são-joão na saúde são abrangentes. Essa planta da espécie Pyrostegia venusta promove estados emocionais de alegria e paz, apoia o vigor psíquico, favorece o desenvolvimento da espiritualidade e protege sistemas essenciais do organismo.

Essa planta, por meio dos benefícios que produz, fortalece o conceito de integralidade da saúde. Veja alguns deles a seguir:

1 - O chá de flores de cipó-de-são-joão, quando preparado bem forte, ou a tintura produzida com essa parte da planta, no uso tópico (aplicação sobre a pele), auxilia o tratamento de vitiligo e de leucoderma, uma vez que aumenta a produção de melanina, por conter compostos químicos como b-sitosterol, n-hentriacontano (n-C12H64), 7-O-b-D-glicopiranosilacacetina e mesoinositol.

2 - As folhas, as flores e as raízes da planta Pyrostegia venusta contêm taninos, esteroides e alantoína, que ajudam a combater distúrbios intestinais, como disenterias e diarreias, confirmando o uso indicado pela medicina popular.

3 - As raízes de cipó-de-são-joão representam potencial no desenvolvimento de medicamentos, pois apresentam atividade anti-inflamatória, antiúlcera, antipéptica, imunoestimulante, queratolítica e antipsoríase, devido à presença de alantoína.

4 - As flores de cipó-de-são-joão podem ser utilizadas na produção de produtos farmacológicos e cosméticos para promover atividade anti-inflamatória, espasmolítica e protetora capilar, uma vez que são ricas na flavona acacetina, entre outros compostos químicos.

5 - O extrato bruto da Pyrostegia venusta demonstra uma alternativa potencial para a prevenção e para o tratamento de afecções bucais, com ação antimicrobiana contra Candida albicans, Streptococcus mitis, Streptococcus mutans e Streptococcus oralis, embora sejam necessários estudos para identificar as substâncias que efetivamente garantem tal efeito.

6 - A planta Pyrostegia venusta, nas doses de 30 a 300 mg/kg do extrato hidroalcoólico de suas flores, apresenta atividade antinociceptiva (reduz a percepção da dor), demonstrada em laboratório com ratos, sem aparente toxicidade, uma vez que contém substâncias fenólicas e flavonoides, além de acacetina-7-O-β-D-glicosídeo, com ação anti-inflamatória.

7 - O extrato aquoso de Pyrostegia venusta na dose de 300 mg/kg favorece o tratamento da asma, embora sejam necessários estudos científicos envolvendo seres humanos, bem como para confirmar os compostos fitoquímicos que promovem o mecanismo antioxidante que atua no processo e provavelmente garante este efeito.

8 - O cipó-de-são-joão, por meio de seus extratos brutos, apresenta atividade antioxidante, antitumoral e antiglicante (evita danos do açúcar nas moléculas de proteína e minimiza os sinais de envelhecimento), uma vez que apresenta alto teor de polifenóis e de flavonoides totais.

9 - O extrato etanólico de folhas de cipó-de-são-joão mostra atividade citotóxica (in vitro) em células tumorais, dependendo da dose, provavelmente em função da sinergia entre compostos químicos como sitosterol, estigmasterol, campesterol, esteroides e flavonas.

10 - O cipó-de-são-joão, principalmente pela ação de hiperpigmentação que produz na pele e por auxiliar no tratamento do vitiligo e da leucoderma, favorece o bem-estar mental, especialmente no que se refere ao resgate do amor-próprio e do enfrentamento de eventuais problemas de bullying sofrido por pessoas portadoras do problema.

11 - O extrato de folhas e flores de cipó-de-são-joão apresenta atividade hidratante, suavizante, cicatrizante e de proteção contra agentes irritantes da pele, pois contém alantoína.

Cipó-de-são-joão – onde e como usar

Tanto os benefícios do cipó-de-são-joão na espiritualidade quanto os benefícios do cipó-de-são-joão na saúde comprovam que essa é uma planta extraordinária. Além da extrema beleza de suas flores, folhagens e ramos, ela oferece a oportunidade de usos variados que atendem aos mais diversos objetivos.

O uso paisagístico é um dos mais populares, e a planta pode ser vista em cercas-vivas, em caramanchões, muros, jardins, floreiras e vasos. Ainda, pode ser empregada na ornamentação de festividades populares como as já mencionadas celebrações juninas e de casamento, formando arcos floridos de grande exuberância.

Os ramos (cipós), como já apresentado neste artigo, têm utilidade na confecção de cestaria. Contudo, como planta medicinal, o emprego do cipó-de-são-joão é bastante amplo, sendo que praticamente todas as partes da planta são aproveitadas em preparações indicadas para tratar desde enfermidades mais simples até aquelas que exigem um procedimento terapêutico mais prolongado ou que são crônicas.

Um dos empregos mais comuns do cipó-de-são-joão é o chá para uso oral ou tópico, preparado por meio de infusão ou de decocção. Inclusive é possível encontrar no mercado vários tipos de embalagens com partes aéreas desidratadas da planta para essa finalidade.

Embora seja simples e rápido de fazer, para que as doses e a frequência de consumo sejam seguras e tragam o resultado desejado, ele deve ser recomendado por um médico herbalista ou por um fitoterapeuta experiente.

Aliás, as partes da planta mais comumente utilizadas na preparação de chás são as folhas, as flores e as raízes. E, se surgiu a pergunta: “Flor do cipó-de-são-joão: para que serve?”, saiba que ela é a parte mais empregada no tratamento de afecções da pele – por exemplo, vitiligo.
Apesar disso, nenhum tratamento indicado pelo médico deve ser interrompido ou substituído pelo uso do chá de cipó-de-são-joão.

E você quer saber como usar a flor de São João para vitiligo? Pois ela pode ser ingrediente de chá para consumo oral ou, numa concentração mais forte, para produzir uma loção a ser aplicada sobre a pele à noite. No dia seguinte, ela é retirada da pele por meio de lavagem, e um protetor solar deverá ser espalhado no local para evitar queimaduras. Ainda, ela é empregada em tinturas e cremes. Também em pomadas, sendo uma delas comercializada pela internet.

Equilibre sua vida com o poder das flores no Feng Shui

Para tranquilizar, uma das receitas mais comuns é preparar um chá das flores por meio de infusão. Nesse caso, adicione 1 colher (sobremesa) das flores picadas em uma xícara (250 ml) de água fervente, já com a chama desligada. Tampe e aguarde 10 minutos. Coe. Beba, aproveitando o momento para meditar sobre bons sentimentos e momentos de paz e de alegria.

A medicina popular adota o cipó-de-são-joão como um remédio para alguns distúrbios respiratórios, intestinais, genitais, bucais e dermatológicos. Ele é conhecido como tonificante, capaz de produzir vigor naqueles que sentem fadiga e indisposição.

Na forma de xarope, as folhas e flores da planta são os principais ingredientes. Esse produto é indicado para tratar gripes, tosses, bronquite e asma.

Mas para que serve o remédio de cipó-de-são-joão do ponto de vista científico? Por conter flavonoides, taninos, esteroides, fenóis e várias substâncias benéficas à saúde, essa planta pode ser utilizada como medicamento antioxidante, anti-inflamatório, regulador das funções do sistema digestivo e para aliviar a dor.

Contudo a indicação mais conhecida é para tratamento do vitiligo. Inclusive há cápsulas do produto à venda em grandes redes de farmácias, em lojas de produtos naturais e na Internet.

Além disso, considerando que a planta Pyrostegia venusta pode promover conexão espiritual – um outro uso que se faz dela é em banho. Mas o banho de cipó-de-são-joão, para que serve? Ele é indicado para equilibrar as energias, relaxar, proteger contra influências negativas e trazer confiança.

Para preparar um banho de cipó-de-são-joão, leve ao fogo 2 litros de água e uma xícara (240 ml) de folhas, flores e ramos jovens da planta bem picados ou macerados. Deixe levantar fervura e mantenha em decocção por mais 5 minutos. Desligue a chama, tampe e deixe amornar. Coe.

Após o banho de higiene, preferencialmente antes de dormir, despeje o líquido sobre o corpo, do pescoço para baixo, mentalizando coisas pelas quais sentir gratidão, emoções de alegria, de tranquilidade, de acolhimento, bem como sentimentos de esperança. Enxágue-se com água abundante. Descarte as partes usadas da planta, preferencialmente na terra.

Considerando ainda o uso medicinal do cipó-de-são-joão, os caules jovens e as folhas podem ser macerados com um pouco de água. Esse produto pode ser aplicado embrulhado em uma gaze sobre feridas de modo a promover cicatrização e um efeito anti-inflamatório.

É possível encontrar o floral de cipó-de-são-joão em lojas especializadas em produtos naturais e também na internet. Contudo a dose e a frequência a ser ministrada deverá ser indicada por um profissional da área.

Contraindicações e efeitos colaterais do cipó-de-são-joão

É fundamental conhecer uma planta, principalmente quando ela é medicinal. É necessário identificar suas características, suas propriedades e seus usos para aproveitar ao máximo e de forma segura os benefícios que ela oferece.

Toda planta contém agentes bioquímicos. Quando usada para fins terapêuticos, ela pode produzir os efeitos esperados, mas também alguns indesejados. Esse é um dos motivos que viabilizam contínuas pesquisas científicas sobre aquelas que têm uso na prevenção e no tratamento de enfermidades, para que ele seja amplo e assertivo. É o caso do cipó-de-são-joão. E alguns cuidados precisam ser observados. Entenda:

1 - O uso oral do chá de cipó-de-são-joão por mulheres grávidas, lactantes e crianças menores de seis anos somente deve ser feito mediante orientação e acompanhamento médico. Não se conhecem todos os efeitos do chá para esse público, portanto a prevenção é necessária.

2 - O consumo do chá, de tinturas e de xaropes com cipó-de-são-joão, em doses elevadas ou por tempo prolongado, pode produzir hepatotoxicidade. Por isso, é essencial que ele seja orientado por um médico herbalista ou por um fitoterapeuta.

3 - Após o uso tópico de pomadas, cremes, loções e outras preparações para tratar afecções cutâneas, a exposição ao sol deve ser evitada, pois o cipó-de-são-joão pode provocar fotossensibilidade e queimaduras.

4 - Pessoas que estão sob tratamento com medicamentos de uso contínuo ou passando por quimioterapias somente devem consumir chás de cipó-de-são-joão sob orientação médica.

5 - No caso de ingestão de folhas, flores ou outras partes de cipó-de-são-joão por animais domésticos, um médico veterinário deverá ser consultado. Embora não haja relatos de intoxicação de pets após o consumo da planta, ela é mencionada empiricamente como tóxica para bovinos.

Como plantar e cuidar do cipó-de-são-joão

O cipó-de-são-joão é uma planta exuberante e resistente. Exige poucos cuidados e cresce espontaneamente em muitos tipos de clima e de solo, inclusive nos arenosos e pobres, desde que sejam bem drenados. Multiplica-se por sementes e por estacas, que devem ser cortadas após o florescimento, de modo a facilitar o enraizamento.

Essa planta, a Pyrostegia venusta, conforme exposto anteriormente, atrai beija-flores e abelhas. A cor laranja da farta inflorescência causa um efeito ornamental apreciado por paisagistas e pessoas que apreciam as belezas e caprichos da natureza. Se você se interessou em aprender sobre o cipó-de-são-joão, como plantar no vaso, com manejo orgânico e a partir das sementes, veja as dicas:

Cipó de São João à beira d'água, com um barco ao fundo.

1 - Adquira as sementes em lojas de jardinagem ou de alguém que já tenha a planta em casa. Certifique-se de que trata da Pyrostegia venusta. Evite utilizar o nome popular, que também pode ser adotado para plantas de outras espécies, por exemplo cipó-vermelho, dado também à Doliocarpus dentatus. Considere que o plantio deverá ocorrer na primavera.

2 - Escolha um vaso de 50 cm de diâmetro por 70 cm de profundidade com orifício no fundo e coloque-o sobre um estrado com rodas. Será mais fácil movimentá-lo, se houver necessidade de proteger a planta de intempéries no início do desenvolvimento.

3 - Coloque pedra de brita, argila expandida ou caco de telha no fundo do vaso ou adicione uma manta de drenagem para vasos (compre na loja de produtos de jardinagem ou pela internet).

4 - Encha o vaso até 1 cm da borda com uma mistura de partes iguais de terra de jardim, terra vegetal e húmus de minhoca ou esterco de gado bem curtido. Em solo fértil, a planta terá um desenvolvimento mais vigoroso. Evite compactar o conteúdo.

5 - Coloque três a quatro sementes no centro do vaso e afunde cerca de 1 cm na terra. Cubra bem, sem pressionar.

6 - Umedeça o solo, sem encharcar.

7 - Mantenha a planta sob luz solar por no mínimo 5 horas diárias. O ideal é que a temperatura esteja entre 20 e 30 graus Celsius. O cipó-de-são-joão tolera ondas de calor e de frio, mas as plantas jovens devem ficar protegidas de geadas. A germinação das sementes deverá ocorrer por volta de três semanas.

8 - Realize regas na superfície do vaso, mas lembre-se de que elas devem ser regulares, porém não abundantes. Faça o teste do indicador na profundidade da terra para verificar se há necessidade de água. Durante as estações quentes, elas devem ocorrer três vezes por semana. Já no inverno, elas poderão ser feitas em intervalos de 4 ou 5 dias.

9 - Insira no vaso uma treliça ou estacas para tornar vertical o crescimento da planta, a menos que naturalmente ele já esteja em local que favoreça às gavinhas se fixarem.

10 - Faça podas de contenção e de limpeza sempre que necessário. Remova galhos antigos, folhas e flores secas. Aliás, as primeiras inflorescências, após o plantio, devem surgir a partir do mês de maio.

11 - Faça uma adubação com farinha de ossos, conforme a indicação do fabricante, a cada quatro meses. Lembre-se de que ela sempre deverá ser orgânica se partes da planta tiverem uso em preparações para consumo oral.

12 - Atente-se para o ataque de pragas. Embora a planta seja resistente, podem ocorrer ácaros e pulgões. Caso aconteça, borrife sobre a planta uma solução natural de cebolas. Bata no liquidificador 2 cebolas picadas grosseiramente com 1 litro de água. O resultado será uma pasta. Misture uma parte dela com 9 de água e coe. Coloque num borrifador e aplique uma vez por semana, durante cerca de 30 dias. Mantenha o restante da pasta no congelador por até seis meses.

13 - Colete as sementes assim que os frutos se abrirem. Guarde-as em pote de vidro hermético em local ao abrigo da luz e fora do alcance de crianças.

Mitos e verdades sobre o cipó-de-são-joão

As informações sobre propriedades e benefícios de uma planta chegam às pessoas por meio da sabedoria popular e pela divulgação dos centros científicos e acadêmicos de pesquisa, após estudos de identificação da composição fitoquímica e possível aplicação dela no cotidiano.

Assim, o que se sabe a respeito de algumas espécies da flora passa por divergências que podem causar confusão e até riscos no uso, especialmente se elas forem alimentícias ou medicinais. Em relação ao cipó-de-são-joão tal situação também ocorre e existem mitos e verdades que precisam ser esclarecidos. Veja:

1 - Cipó-de-são-joão e erva-de-são-joão é a mesma coisa – mito. A primeira planta é cientificamente conhecida como Pyrostegia venusta, da família Bignoniaceae, enquanto a segunda se refere ao nome popular da Hypericum perforatum, da família botânica Hypericaceae e da Ageratum conyzoides, da família Asteraceae.

2 - As flores de cipó-de-são-joão são comestíveis – mito. Não há indicações de uso alimentício de qualquer parte da planta. As flores, inclusive, contêm substâncias pouco seguras para essa finalidade – por exemplo, a alantoína.

3 - O cipó-de-são-joão é bom para vitiligo – verdade. Várias pesquisas identificaram que extratos brutos de flores e folhas de Pyrostegia venusta apresentam atividade de produção de melanina, devido aos compostos fenólicos, confirmando essa indicação da planta na medicina caseira.

4 - O chá de ramos de cipó-de-são-joão é abortivo – mito. Não há evidências científicas que comprovem esse efeito. Algumas plantas com ramagem do tipo cipó são consideradas abortivas, como é o caso do popularmente chamado cipó-mil-homens (Aristolochia indica), que apresenta propriedades antiestrogênica e anti-implantacional.

5 - O chá de raízes de cipó-de-são-joão acelera o crescimento do cabelo – mito. Não há estudos científicos que relatem essa atividade para o chá de raízes da planta.

6 - O cipó-de-são-joão é considerado uma planta tóxica – verdade. Com nome científico de Pyrostegia venusta, essa planta de uso medicinal contém substâncias como pirostegina e rutina, que podem provocar efeitos tóxicos ao organismo, dependendo da dose e da regularidade no uso.

Agora que você conheceu o cipó-de-são-joão (Pyrostegia venusta), pode perceber que essa planta ornamental e também medicinal traz benefícios para a saúde física, mental e espiritual do ser humano, além de apoiar a vida de outros seres vivos. Também sabe que ela desperta entusiasmo, força interior e criatividade. Outras plantas do Oráculo Floral também são extraordinárias. Surpreenda-se com cada uma delas, acessando os links abaixo.

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