Carl Gustav Jung, criador da Psicologia Analítica, passou um bom tempo de sua vida estudando o tema criança interior. Jung percebeu algo incrível: ao repetir sua brincadeira favorita de infância - construir casinhas com blocos de madeira, pedras e areia - acionava uma enorme fonte de energia e criatividade.
Enquanto se divertia em montar cidades usando as pecinhas de madeira, ideias brotavam em sua mente.
Foi com base nesse experimento que escreveu uma tese onde explica a enorme importância de entrar em contato com nosso mundo interno infantil, “regredindo voluntariamente” como uma maneira de acessar nossa fonte inesgotável de vitalidade, intuição e alegria.
Há vários aspectos que podemos abordar em relação ao contato maravilhoso com nossa criança interior. Vamos destacar dois pontos neste artigo: a alegria e o afeto.
A criança não se envergonha de sua alegria, entusiasmo, como nós adultos, que temos até “etiqueta” para sorrir e demonstrar alegria. A criança também não se intimida em demonstrar seu afeto.
Alegria
A alegria é uma emoção vitalizante, que conduz o ser humano a uma existência plena. Alivia a tensão, descontrai a musculatura, libera o bom humor, aproxima as pessoas, favorece o pensamento positivo e o otimismo, entre outros benefícios.
Alguns, dentre nós, têm medo de brincar e com isso perder o controle. Como afirma Edward de Bono, uma das maiores autoridades no mundo em Pesquisa da Criatividade, “o bom humor é de longe o mais importante comportamento da inteligência humana”.
Estudos mostram que o bom humor estimula o fluxo intuitivo, nos torna mais dispostos a ajudar os outros e melhora significativamente nossa capacidade para resolver problemas e tomar decisões, além de dar grande ajuda à criatividade e novas ideias.
A criança não fica remoendo a raiva, ruminando a mágoa, relembrando as frustrações. Ela segue em frente! O foco dela é: Qual o próximo passo?
Poucas coisas unem tão instantaneamente as pessoas como o riso. Aqueles que cultivam a alegria estão mais bem preparados para ser criativos quando as coisas se complicarem. São pessoas mais relaxadas e mais flexíveis.
O bom humor liberta nossa criança interior, aquela que acredita ser possível, que confia. Nos ajuda a tomar iniciativa, encontrar alternativa, comunicar-se melhor e também aprender mais facilmente.
Empresas e organizações estão descobrindo a importância das risadas e brincadeiras para criar ambientes mais produtivos. Elas contribuem para maior qualidade de vida dos funcionários e, consequentemente, melhor atendimento aos clientes.
Cientistas afirmam que o riso e o senso de humor estimulam a produção de catecolaminas e endorfinas no cérebro, o que contribui com os níveis hormonais no corpo, alguns relacionados a sentimentos de alegria, diminuição da dor e um elevado senso de criatividade e perspectiva.
Você se lembra das risadas gostosas dos bebês? E do riso fácil das crianças brincando no parque? Entrar em contato com estas imagens desperta nossa criança interior. Observe que é muito difícil ficar sem sorrir e se emocionar ao ver uma cena dessas. A alegria nos leva a seguir as ordens do coração e nos aproximar da Divindade. “Vinde a mim as criancinhas”.
Como afirma Osho, a risada traz a força, se a pessoa puder rir enquanto estiver doente, recuperará a saúde mais cedo; se a pessoa não puder rir, mesmo que esteja saudável, mais cedo ou mais tarde perderá a sua saúde e ficará doente.
Escolha melhor os lugares onde frequentar, que tipo de filme ou peça assistir, que canal de televisão ou noticiário escolher, que assunto comentar. Procure permanecer mais tempo ao lado de pessoas nutritivas, alegres, bem humoradas, de bem com a vida. Se tiver filhos, aproveite. Eles sabem esta lição de cor!
Enfim, temos excelentes motivos para liberar nossa criança interior. Permitir que ela sorria pelo simples fato de existir.
Que a alegria esteja no olhar que busca o bem e o belo em tudo, em todos, e em si mesmo.
Que a alegria nos faça irmãos.
Que o medo misture-se à alegria, tornando-se prudência.
Que a alegria percorra nosso corpo, soltando as tensões e os braços para o abraço.
Afeto
O afeto é a emoção que leva as pessoas a se aproximarem uma das outras, podendo ser representado pelo abraço, o beijo, o olhar afetuoso, a palavra carinhosa, o elogio sincero, o ouvir com atenção, etc.
Roberto Shinyashiki, relata a experiência feita por Harlow em macacos recém-nascidos que o levaram a conclusão de que “A estimulação tátil é tão importante quanto o alimento no desenvolvimento dos comportamentos”.
A manifestação do afeto através do toque físico tem um enorme poder de influência positiva no desenvolvimento da saúde. Como é bom e confortável quando somos acariciados. Aproveite as oportunidades para oferecer e receber afeto.
Importante: Se dê afeto. Reconheça suas necessidades, sua importância. Cultive pensamentos mais positivos sobre você mesmo. Cuide de sua alimentação, pensamentos
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