Toda mãe acredita que ama incondicionalmente seu filho, a ponto de fazer qualquer coisa para mantê-lo a salvo de perigos, sacrificando-se até para que ele não passe fome ou necessidade. Porém, existe um fator psicológico muito presente em todas as famílias, e, mesmo esta mãe que hoje é tão exigente, já experimentou isso no passado com sua própria progenitora. Trata-se da obrigação de amar. Pode parecer estranho, mas desde que nascemos somos coagidos a amar nossos pais, mesmo antes de entender o que isso significa exatamente. Por isso, dependendo de como isso for introduzido em nossas vidas, acabamos associando amor com cobrança, com dever, como algo pesado que deve ser cumprido, não como um sentimento que nasce espontaneamente e cresce e se desenvolve sozinho dentro de nós.
Isso acontece porque a mãe quer muito ser amada por aquele novo ser e imagina que isso seja muito justo, já que se dedica a ele dia e noite, esquecendo-se muitas vezes de si mesma. O problema começa, porém, quando ela passa a focar toda sua atenção naquela criança, criando um monte de expectativas, muitas vezes irreais de como será o comportamento do filho, de como irá se desenvolver. Por fim, fica tão apegada, que para de viver sua própria vida, de modo a ficar à sombra de sua cria. É claro que nem todas as mães são assim, mas muitas manifestam em maior ou menor grau esta dependência de amor.
Por isso é preciso que as novas mães se lembrem que seus filhos, apesar de terem sido gerados por elas, são outras pessoas, com outro espírito, caráter, vontades e não devem ser obrigados a manifestarem sentimentos que ainda não existem. É óbvio que se a mãe deixar a criança livre para ser quem ela é, a mesma irá desenvolver um sentimento de aceitação, respeito, alegria e amor pela progenitora, sem que se precise ensinar ou dizer nada a ela. Entretanto, se o velho padrão do você tem que me respeitar, porque sou sua mãe, você tem que me amar, porque sou sua mãe e me sacrifiquei por você, etc, o mais provável é que esta criança cresça sabendo que deve amar sua mãe, sentindo muita culpa, se no dia a dia não gosta dela, porque está sempre a fazer exigências.
Desse modo, mãe, relaxe. Seu filho vai lhe amar. Então, veja algumas dicas para não forçar a barra: Aceite as inclinações naturais de seu filho e as estimule. Isso fará dele uma pessoa mais autoconfiante e segura de si mesma; Não faça do amor algo que precise ser declarado o tempo todo. Seus gestos de carinho e respeito são suficientes para demonstrá-lo; Evite cobrar respostas emocionais ou fazer muitos sermões quando a criança errar.
As coisas devem ficar mais claras na cabeça da criança. Ela deve sim assumir responsabilidades, mas isso não tem nada a ver com se ela a ama ou não; Ouça o que a criança quer dizer e não a julgue logo de cara; Não deixe que a criança tenha de você uma imagem de mártir. Ela crescerá tendo pena de você e culpa por ter nascido, pensando que sua mãe poderia ter sido feliz e que não o foi por causa dela; Cuide de você mesma, da sua carreira, do seu casamento. Ser mãe é algo muito belo, mas não deve destruir a mulher que existe em você. Seu filho lhe respeitará ainda mais, se você tiver vida própria e se sentir realizada.
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