O folclore é um conjunto de costumes, lendas e provérbios de um povo e muitas vezes passado através das histórias contadas. Quem nunca aprendeu sobre o saci-pererê na escola? Ou talvez até não lembre da história, mas lembra da sua participação no Sítio do Pica Pau Amarelo, ou naquele desenho que todos nós pintamos um dia. O folclore brasileiro é rico e vai muito além do saci. Descubra agora outros ícones, talvez menos conhecidos, das lendas que rondam o nosso país.
Boitatá
Apesar do nome fazer referência a um boi, em geral, o Boitatá é representado por uma cobra de fogo conhecido na região nordeste como "o fogo que corre". Ele é uma entidade que protege as matas e os animais. Se um dia acabar se encontrando com algum, lembre-se: fugir não é a melhor opção.
Diz a lenda que o melhor a se fazer é ficar quieto, parado e de olhos fechados. Quase um Basilisco da saga Harry Potter, não é mesmo?
Boto
O Boto é caracterizado por ser um jovem bonito, muitas vezes retratado com um chapéu para esconder seu nariz grande.
Esse homem sai à noite em busca de mulheres solteiras, as seduz e as leva para perto do rio onde as engravida. Na manhã seguinte, volta para o rio e se transforma num boto. É até costume dizer que, quando uma criança não conhece o pai, é filha de boto. Eu sei, depois dessa você nunca mais vai olhar para esse animal da mesma forma.
Capelobo
Esse personagem é um monstro, uma mistura humana com animais, mais retratado como uma figura humana forte e cheia de pelos, cabeça de tamanduá e patas redondas estilo fundo de garrafa.
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Sai pela madrugada emitindo sons assustadores, se alimentando de cães e gatos, principalmente recém-nascidos, e também de caçadores, sempre bebendo o sangue de suas vítimas. E em pensar que já tentamos achar alguma beleza num tamanduá...
Comadre Fulozinha
A Comadre Fulozinha é uma espécie de fada pequena, cabocla e com longos cabelos enfeitados com flores. Está sempre pronta para assustar os homens predadores e quem ousa ferir a fauna e a flora.
Se algo der errado, não tem muito problema, já que ela tem o poder de desaparecer por alguns instantes. Aposto que você nunca imaginou uma Tinkerbell brasileira vagando pelas matas!
Corpo seco
Provavelmente, o personagem mais macabro de todos. O Corpo Seco é uma espécie de assombração.
Em vida, era uma pessoa que só fazia maldades, maltratando até a própria mãe. Quando morreu, foi rejeitado tanto por Deus quanto pelo diabo, até a terra onde fora enterrado o rejeitou, assim seu destino foi viver, na medida do possível, como uma alma penada assustando os viajantes na estrada. Quem é o Homem do Saco perto do Corpo Seco? Ainda bem que a maioria das mães não o conhece.
Curupira
O anão ruivo mais famoso do Brasil, Curupira é o protetor das matas e dos animais silvestres, sempre persegue e mata aqueles que desrespeitam a natureza. Ele sabe produzir sons assustadores e criar alucinações e, graças aos seus pés virados para trás, sempre consegue escapar dos caçadores.
Vamos torcer para que a Branca de Neve não o recrute para ser seu oitavo anão.
Lobisomem
Teoricamente, essa é uma lenda trazida pelos portugueses: a história do homem mordido por um lobo que não morreu, mas adquiriu a capacidade de se transformar num lobo durante a Lua Cheia e ataca a todos pela frente. Só um tiro de bala de prata pode pará-lo.
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No Brasil, existem variações. Dizem que o sétimo filho de uma sucessão de filhos homens é capaz de se transformar ou que o sétimo filho de uma sucessão de filhas mulheres é quem se transforma. A questão é: teria Isabella Swan uma bala de prata escondida por segurança?
Mãe d'água
Essa é a nossa versão de sereia, mais conhecida como Iara. A lenda vem dos índios.
Iara era uma excelente guerreira, seu pai a elogiava muito. Um belo dia, seus irmãos decidiram matá-la, e ela os matou em sua defesa; seu pai a perseguiu e a jogou no rio. Os peixes a salvaram e, como era uma noite de lua cheia (sempre a lua cheia), ela foi encantada e transformada em metade peixe. Com seu canto, ela atrai os homens e os leva para a profundezas. Pois é, o recalque não dá trégua nem no folclore.
Mãe de Ouro
A mãe de ouro era uma linda mulher, loira, sempre com um vestido de seda branco, também retratada como uma bola de fogo que tem a capacidade de se transformar nessa mulher. Pode voar pelos ares e indicar onde há jazidas de ouro que não podem ser exploradas pelo homem, uma espécie de protetora dessas jazidas.
Outro conto diz que é protetora das mulheres maltratadas, atrai os maridos para uma caverna e assim as liberta. Sinceramente, a segunda versão é melhor: de que adianta saber onde tem uma jazida se não posso explorar? Não tem um convite mais direto que esse.
Pisadeira
Uma velha assustadora, de cabelos brancos desgrenhados, magra e queixuda, com unhas compridas e dedos longos, olhos vermelhos arregalados e malignos. Essa "linda" senhora passa bastante tempo nos telhados só a observar as casas. Quando alguém vai dormir de barriga cheia, ela aparece e pisa no peito de quem comeu demais, a pessoa fica paralisada, mas consciente, o que torna a experiência muito mais assustadora. Não se pode dormir em paz nem no folclore.